terça-feira, 28 de junho de 2011

O Antigo Egito entre maldições, hieróglifos, papiros e crocodilos - parte II


No terceiro tópico da primeira parte do vídeo "Grandes Civilizações - Egito" temos a pirâmide social do Egito. Explicar pirâmide social para alunos de 11 anos nem sempre é tão fácil quanto parece. Quando eu fazia estágio de prática de ensino no Colégio de Aplicação da UFRJ, instituição criada para que os futuros professores pudessem ir a campo e experimentar a docência, uma anedota contada pelo professor de estágio na aula, exemplifica essa dificuldade. Conta-se que um aluno de estágio supervisionado de História ao tentar explicar para uma turma a pirâmide social do Egito foi surpreendido por alguns alunos da turma que começaram a formular hipóteses para o fato do quarto do faraó ficar no andar mais alto da pirâmide. Coitado do faraó! O que aconteceria se houvesse um incêndio na pirâmide? Coitado do pobre aprendiz de professor! Não contava que a aula tomasse esse rumo.



Por isso, antes de tentar explicar pirâmide social, acho sensato deixar beeem claro que a pirâmide que você pretende mostrar é uma representação. Que é só para exemplificar a importância dos grupos naquela sociedade, a hierarquização. Explique também, por via das dúvidas, que a construção pirâmide não tinha por finalidade ser uma habitação, mas que era, na verdade, um túmulo, uma sepultura para o faraó. Assim não corre-se o mesmo risco que o desavisado licenciando.

No mais, no link abaixo encontra-se um modelo de pirâmide social que os alunos podem pintar para ser afixado no mural da sala. Assim, eles não esquecem.

Pode-se explicar o papel de cada grupo no interior da sociedade egípcia por meio dos desenhos.









O modelo da pirâmide para colorir e mais alguns desenhos sobre o Antigo Egito podem ser encontrados em: http://www.midisegni.it/Port/storia_egipto.shtml



Ao falar sobre os escribas, pode-se ressaltar que desempenhavam uma função de destaque na sociedade egípcia. Nos dias de hoje quase todo mundo sabe ler e escrever, mas naquela época não era bem assim. Ainda mais porque a escrita egípcia era bem complicada.

Não existia apenas um tipo de escrita no Egito, mas aquela usada em escritos oficiais era a hieroglífica.
Trata-se de uma escrita baseada em sinais que representam idéias e sons. Por exemplo, o desenho de uma coruja representa o animal coruja, mas também o som da letra “m”.

 A atividade foi elaborada pela professora Ana Paula Sampaio Caldeira e já foi aplicada por mim em sala com sucesso.

Pode-se propor um desafio aos alunos: escrever uma ou duas frases utilizando-se a escrita hieroglífica, decifrada abaixo:







Fonte: http://www.museu.gulbenkian.pt/serv_edu/navegar_no_antigo_egipto/egipto.html



Pode-se explicar também que essa complicada escrita foi decifrada a partir do egiptólogo francês Jean-François Champollion, que decifrou a chamada pedra da Roseta.






The Rosetta Stone in the British Museum.

No mural da sala, juntamente com a pirâmide podem ser afixados os escritos hieroglíficos da turma.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O Antigo Egito entre maldições, hieróglifos, papiros e crocodilos - parte I

Quando comecei a minha jornada como professora da rede municipal de ensino, pedi ajuda a uma colega muito querida a quem tinha acompanhado no meu estágio de licenciatura. Ela também era professora da rede municipal e me deu boas dicas, me passou materiais excelentes que tenho usado muito. Entretanto, uma das dicas que ela me deu - que por sua vez, ela ouviu de uma professora bem mais experiente que ela quando entrou como professora substituta em uma renomada instituição de ensino aqui na cidade - não saiu da minha cabeça até hoje. Segundo ela, o ensino de História no ensino fundamental, pelo menos no 6.º e 7.º anos, quando os alunos ainda estão tendo os primeiros contatos com a disciplina, deveria ter por objetivo fazer do aprendizado algo prazeroso. Se eles acabarem o ano achando a disciplina divertida, cumprimos o nosso dever.
Em meu trabalho como professora tenho tentado seguir - sem muito sucesso, às vezes, tenho que confesssar - essa ideia. O problema da História é a leitura. Os meus alunos não gostam de ler. Ou melhor, não gostam de ler sobre História. Isso é um fato.
Portanto, se eu não consigo cumprir esse primeiro objetivo no ensino da História, tenho perseguido dois outros acrescentados pela minha colega na mesma ocasião: ajudar os alunos se localizar no tempo e no espaço. Tarefas também não muito fáceis.
Nesse momento, por exemplo, preparo aulas sobre um assunto que acho muito divertido: o Egito. Diferente de outros assuntos relacionados à Antiguidade, desse eu gosto muito. Acho tudo tão monumental e bonito. Tão importante para a nossa História enquanto humanidade. Gostaria muito que os meus alunos também partilhassem desse interesse, mas ainda não estou convencida de que algo tão distante deles possa despertar algum interesse. Ano passado, quando dei Egito consegui que eles se interessassem, um pouco. Isso foi tudo.
Por isso, iniciarei a primeira aula sobre o assunto loalizando o Egito no globo terrestre porque se não fizer isso eles podem realmente pensar que o Egito fica na Amazônia, Europa, na China ou qualquer outro lugar. Na idade deles eu também não fazia ideia. E também não tinha ideia em que tempo tinha se desenvolvido a tal da civilização egípcia.
Recentemente, conheci por indicação de uma colega professora uns vídeos bem dinâmicos que podem interessar aos alunos do 6.º ano. Esses vídeos me conduzirão.




Vídeos produzidos pela "SOL90audiovisual" por encomenda da "ASTROLAB motion" para a série  Grandes Civilizações


Os vídeos podem servir para introduzir de uma maneira divertida diversos aspectos da civilização egípcia. Se iniciam justamente com a localização espaço-temporal da civilização egípcia.
Aspectos da civilização egípcia podem ser trabalhados de acordo com o vídeo.
Por exemplo, a questão da organização do estado, personificado pelo faraó, pode ser iniciada por meio das seguintes questões (adaptadas do plano de aula da professora PATRÍCIA LÚCIA GALVÃO DA COSTA):



  • Qual a importância dos faraós para o povo egípcio;







  • O que eles representavam;







  • O modo que se vestiam;







  • Os adereços que usavam como roupas, jóias, perucas, barba etc.







  • Quais os faraós mais conhecidos?






  • Pode trazer imagens de representações dos faraós e retomar também maldição de Tutankâmon, citada nos vídeos.

    Os alunos podem confeccionar sob a supervisão do professor a coroa do faraó, como aparece no vídeo, usando cartolina ou papel cartão, simbolizando o Baixo Egito e o Alto Egito. Pode ser confeccionada também a máscara mortuária de Tutankamon nos mesmos materiais.

    Aguardem as próximas aulas.

    Referências:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Coroas_eg%C3%ADpcias

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Tutanc%C3%A2mon

    http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8960

    quarta-feira, 15 de junho de 2011

    Um pouco menos de mais do mesmo ou o que Harry Potter tem a ver com o Renascimento

    Continuo na minha tarefa inglória de explicar o Renascimento para os alunos de sétimo ano. Em minhas buscas pela minha mais fiel aliada na tarefa do preparo dos materiais de aula, a internet, encontrei o anúncio de uma exposição organizada pelo o Museu de Ciências Naturais da Universidade do Alabama que relacionava o mundo de Harry Potter com a época, as crenças e os costumes do Renascimento.

    Pensei que a exposição era perfeita para tornar mais claro para os alunos aspectos da mentalidade renascentista.

    Chafurdando um pouco mais, encontrei o site da exposição e me encantei pelo que vi, uma vez que sou historiadora e também Pottermaníaca. Para mim, foi muito legal saber que a J. K. Rowling (autora da série, para os não iniciados) foi buscar elementos das ciências e crenças existentes na época para compor o universo de magia e bruxaria no qual Potter e companhia atuam. Me interessei também pelo fato dos livros abordarem valores como amizade, ética, responsabilidade, preconceito, necessidade de fazer o que é certo, valores esses tão em baixa no mundo de hoje. Eu até levei o meu chapéu de bruxa para tornar a aula mais divertida e fazê-los entrar no clima.
    Não vou dizer que os alunos não gostaram. Até se interessaram no início. O problema é que quando eu tentava mostrar algo que tinha mais a ver com o Renascimento do que com Harry Potter, o interesse magicamente desaparecia e dava lugar ao falatório sem controle.

    Eu achei muito legal que muitos já tivessem lido os livros. O problema é que eles realmente não queriam e não querem saber do Renascimento. Não querem saber se a autora bebeu nessa fonte, não se interessam por tais informações.

    Mas como eu achei a exposição muito criativa e inteligente, vou colocar aqui fragmentos dos slides que preparei e comentar a forma como encaminhei as discussões.





    Para iniciar, passei o trailler do filme Harry Potter e a Pedra Filosofal que todos eles já tinham visto ao menos uma vez na vida.




    Em seguida, expliquei que a fabricação da tal pedra filosofal era um dos principais objetivos dos alquimistas e expliquei em linhas gerais o que era alquimia. O que mais me impressionou foi o fato de um dos alunos ter mencionado a música "Os alquimistas estão chegando" do Jorge Ben. Isso me deixou até feliz. A música é ótima para se utilizar em sala, embora eu não a tenha incluído.
    Expliquei que existia a crença de que a pedra filosofal fosse capaz de conferir a juventude eterna a quem a possuísse, tal e qual no filme. Expliquei também que o trabalho desses alquimistas foram a base da ciência que conhecemos hoje como química, pois eles também estudavam a constituição dos elementos, misturando-os, triturando-os, destilando-os.







    Ilustração de um equipamento de destilação feita por Ambroise Paré ( Les Oeuures d'Ambroise Paré, 1585)

    Disponível em: http://www.nlm.nih.gov/exhibition/harrypottersworld/potions.html





    Imagem da aula de poções no filme “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”


    Disponível em: http://capricho.abril.com.br/blogs/play/94322/


    Tal como no filme, acreditava-se que o alquimista Nicolal Flamel (França, 1330 — 1418) tenha conseguido criar a pedra filosofal.





    Retrato de Nicolal Flamel

    Disponível em: http://www.nlm.nih.gov/exhibition/harrypottersworld/potions.html


    Para criar as suas "poções" os alquimistas, mas não somente eles, estudavam as propriedades das plantas e hoje nós temos uma ciência daí originária, chamada botânica. No mundo de Harry Potter os alunos estudam Herbologia com a professora Sprout.





    Ronald Wesley e uma Madrágora. Cena do filme “Harry Potter e a Câmara Secreta”.

    Disponível em: http://hogwartsenciclopedia.blogspot.com/2010/03/aulas-de-herbologia-mandragoras.html





    Detalhe de uma ilustração de uma mandrágora fêmea
    (Hortus Sanitatis, Jacob Meydenback 1491)

    Os conhecimentos sobre plantas existentes na época eram organizados em livros e quem fazia isso na época do Renascimento eram os estudiosos de Botânica.





    Ilustração de uma discussão entre botânicos. (Hortus Sanitatis, 1491)
    Disponível em: http://www.nlm.nih.gov/exhibition/harrypottersworld/herbology.html

    Em Hogwarts, Harry e seus amigos não aprendem apenas sobre poções e feitiços, mas também sobre o mundo natural, que é povoado por criaturas mágicas. Para isso, existe a disciplina "Trato com criaturas mágicas".


    Achei importante frisar para eles que a curiosidade em relação ao mundo é resultado de uma mudança de posturam em relação ao conhecimento e à capacidade do homem para descobrir e explicar as coisas do mundo nartural. Esse mundo natural, segundo os autores da época do Renascimento, estava povoado de animais que hoje consideramos míticos. Alguns deles aparecem no universo mágico de HP.

    Ilustrações de Basilisco e Dragão. Konrad Gesner, Historiae Animalium, 1551.
    Disponível em: http://www.nlm.nih.gov/exhibition/harrypottersworld/monsters.html



    Unicórnio. Konrad Gesner, Historiae Animalium, 1551.

    llustration of merpeople. The Workes of Ambrose Parey, translated out of Latine, 1634.
    Disponível em: http://www.nlm.nih.gov/exhibition/harrypottersworld/fantasticBeasts.html

    Acabei por concluir que: J. K Rowling pesquisou crenças, tradições e elementos das ciências da época do Renascimento; essas ciências estava intimamente relacionadas com as crenças mágicas e a observação da natureza; alquimia, astrologia (existente até hoje), filosofia natural (botânica e zoologia) são algumas dessas ciências; a série HP examina importantes temas éticos, tais como o desejo de conhecimento, os efeitos do preconceito e da responsabilidade que vem com o poder e os Renascentistas  também tinham dúvidas parecidas sobre o alcance do seu poder de descobrir e modificar a natureza e a responsabilidade envolvida.

    Por fim, deixei no ar frases para eles pensarem um pouco a respeito:  "Não são nossos talentos que mostram aquilo que realmente somos, mas sim as nossas escolhas." (Harry Potter e a Câmara Secreta) e "Chegou a hora de escolhermos entre o que é certo e o que é fácil." (Harry Potter e a Ordem da Fênix). 

    Se quiserem saber mais sobre HP e o Renascimento acessem a exposição: http://www.nlm.nih.gov/exhibition/harrypottersworld/fantasticBeasts.html (site em inglês)

    Para compor a aula também utilizei dados da Wikipédia.

    Os direitos das imagens dos filmes são da Warner Bros.

    http://www.br.warnerbros.com/

    quarta-feira, 8 de junho de 2011

    Oito anos

    Ensinar História (ou seriam histórias?) para os alunos do 6.º ano não é tarefa das mais fáceis. Eu mesma não me lembro de ter gostado de História antes do Ensino Médio. História é uma das matérias que mais exige leitura, escrita e reflexão.Difícil, né?
    Na minha época, a boa e velha decoreba era mais do que suficiente. O meu professor de História no ensino fundamental era um senhor de idade muito gente boa, vascaíno, que lutava judô e chamava as alunas de Francisquinha, Felisberta ou Julieta e os meninos de "mancebos" ou "monstrinhos". Impressionante como eu me lembro dele e de seus trejeitos, mas as aulas, dessas eu não gostava muito. Ele ensinava da seguinte maneira: colocava toda a matéria no quadro, até a mão doer de tanto copiar e explicava tudo. Depois dava um questionário com umas dez ou quinze questões, algumas das quais eram cobradas nos testes e provas. As respostas das questões eram sempre as mesmas, decoradas, nunca diferentes do que estava no texto escrito por ele no quadro.
    Lembro de uma amiga muito inteligente que respondeu na prova que em Roma se construíam aquedutos porque não existia encanamento e ficou revoltada porque o professor não considerou nem como meio certo. Foi a forma que uma aluna da sexta série, com 11 anos encontrou para compreender que um aqueduto na Roma Antiga era necessário, uma vez que ele não explicara de que forma o aqueduto conduzia a água de um lugar ao outro para abastecer toda a cidade.
    Bem, coincidência, ou não, essa amiga também cursou História, embora hoje não seja professora (hoje ela trabalha no TJ e faz Direito).
    Mas o que eu queria dizer, é que eu tento (nem sempre consigo, é claro) mostrar uma outra face da História para os meus alunos. Mostrar que a história é feita de perguntas, mais do que de respostas. Eu fico muito feliz quando um aluno pergunta algo além do óbvio, como foi o caso da menina que me perguntou sobre África.
    Entretanto, o que eu percebo é que os alunos querem mais é pura e simplesmente copiar as perguntas e as respostas. Muitos deles querem que eu seja o meu professor lá dos tempos passados.
     Quando dou uma questão, qualquer que seja, eles querem saber em qual parte do texto, livro, apostila, caderno, ou algo que o valha está a resposta prontinha, esperando para ser copiada. Eu respiro, sorrio e digo: "na sua cabeça, pense com carinho que ela sai". Pena que eles não acreditam.
    Não os culpo. Se eles chegaram ao 6.º e 7.º ano sem saber pensar algo nas suas formações falhou. A escola não cumpriu o seu papel, que não é o de produzir reprodutores de conteúdos. Mais grave que isso, alguns chegam ao 6.º ano (antiga 5.ª série), sem saber ler. Dessa forma, não entendem nem o que estou perguntando.

    Pensando nessa postura que eu espero dos alunos nas aulas de História, eu criei uma atividade que pode ser feita em uma aula inicial, no primeiro dia de aula, para deixar claro o que vai ser valorizado na disciplina. Acho que pode funcionar bem com o sexto ano.

    Em um primeiro momento, deve-se perguntar se eles sabem o que vão estudar em História apresentar a disciplina, dizer o que se vai estudar. Pode-se até escrever no quadro.
    Em seguida, deve-se dizer que para estudar História devemos lembrar um pouco de como era ser criança (eles a meu ver são crianças, mas odeiam ser tratados como tal). Uma das características da criança é que ela pergunta tudo, quer saber como as coisas acontecem. No nosso caso, vamos querer saber como as coisas aconteceram e que relação têm com o que vemos nos dias de hoje. Você pode dizer que trouxe uma música para ajudar no processo de lembrar como era ser criança. A ideia é apresentar aos alunos a música "Oito Anos", da Adriana Partimpim (os dois CDs são uma delícia, recomendo). Distribua a letra e peça para eles cantarem junto.
    Abaixo, o link de uma montagem do vídeo.


    Em seguida, você pode conversar com os alunos para saber, diante do que você falou, quais são as expectativas deles em relação ao ensino de História, como eles acham que será o novo ano, com tantas disciplinas diferentes, etc.

    Eu ainda não experimentei porque bolei essa aula depois do início do ano, mas estou pensando em colocar em prática quando voltarmos das férias de julho.

    Se alguém quiser experimentar e postar aqui as suas impressões, fique à vontade.

    domingo, 5 de junho de 2011

    Os quadrões do Renascimento

    Com a minha turma de sétimo ano estou adentrando o Renascimento artístico e cultural, ocorrido em meio às mudanças pelas quais o mundo europeu passou no século XV. Como fazer os aluno perceberem a mudança de postura do homem, em relação à forma de enxergar o mundo? Como fazê-los perceber a passagem de uma mentalidade teocêntrica, para um contexto de exaltação da dignidade e dos progressos humanos?

    Primeiramente, mostrei o desenho do homem vitruviano, de Leonardo da Vinci, questionando os alunos sobre o que eles estavam vendo. A ideia era partir do visual para chegar à noção de homem no centro, no caso, literalmente, no centro de um círculo.


     
    Ao explicar o desenho, atentei para a noções de equilíbrio e harmonia presentes, atentanto para o  que tais noções remetiam ao trabalho dos artistas da Antiguidade.
    Ao explicar que essas noções foram parte de um movimento que se desenvolveu em algumas cidades, que hoje ficam no território italiano procurei localizar essas cidades no mapa.
    Busquei também mostrar que os artistas puderam desenvolver novas técnicas e aperfeiçoar as suas noções de perspectiva e geometria, recursos indispensáveis para a pintura. Pintores como Michelangelo, Botticelli e Rafael buscaram na mitologia clássica temas para suas obras, que alcançaram grande perfeição. Esses artistas criaram obras que são muito famosas até os dias de hoje.
    Por esse motivo, muitas releituras de suas obras são feitas até os dias de hoje.
    Para tornar mais lúdica a viagem pelo Renascimento, utilizei as releituras feitas por Maurício de Souza com os personagens de suas histórias em quadrinhos.

     


     
    Assim, a Mônica se transformou em Mônica Lisa, aludindo ao célebre quadro pintado por Da Vinci entre 1503 e 1506.


     
    O Cebolinha ganha vida na paródia da "Criação de Adão", afresco pintado no teto da capela Sistina por a
    Michelangelo.


       A ideia de trabalhar com os quadrões até que deu certo. Os alunos gostaram e se mostraram interessados, ainda que por apenas alguns minutos. A comparação com as paródias fez com que eles prestassem mais atenção às originais.
        Originalmente queria fazer as pinturas na forma de quebra-cabeça para que os alunos montassem em grupos, entretanto, o fato de a minha impressora não ser capaz de imprimir as pinturas nas cores originais frustrou as minhas expectativas.

    Bem, vamos aperfeiçoando.