quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Aqui começa nossa História, ou melhor, nossa pré-história.


Desculpem, mas mesmo nas férias não consegui manter uma regularidade para escrever no blog. Essa professora que vos fala não consegue viver sem acumular projetos e nas férias resolveu dar início à operação "Saiam das ruas" e entrar na Autoescola em busca de uma licença para dirigir automóveis. Estou amargando as horas a fio de aulas teóricas, mas prometo avisar assim que iniciar as aulas práticas, a fim de que os meus poucos leitores não saiam nas ruas (quem avisa, amigo é) nos horários marcados para as aulas.

Brincadeiras à parte, estou aqui hoje para contar para vocês que ano passado fiz uma atividade com uma turma de 6.º ano sobre Pré-História que deu muito certo. Semana passada, quando voltei à escola e resolvi esvaziar o meu armário, a fim de deixá-lo pronto para mais um ano letivo, me deparei com os trabalhos que tinha guardado para uma futura exposição. Embora a ideia da exposição não tenha vingado, resolvi expor a vocês os trabalhos dos meus pequenos homens e mulheres das cavernas.

O trabalho foi realizado no 6.º ano. Me incomodava sobremaneira abordar Pré-História com crianças de 11, 12 anos falando os dificílimos termos Paleolítico, Neolítico, Idade dos Metais. Qualquer crianças nessa idade- pudera - têm uma compreensão muito limitada desse passado tão longínquo.

A princípio, pensei até em usar o desenho "Os Flintstones" ou as historinhas do Piteco, mas me dei conta de que não ajudariam porque  mostran uma Pré-História com todas as comodidades do mundo moderno (inclusive misturando dinossauros no bolo, o que torna mais difícil ainda para os alunos situarem as coisas no tempo). Se a ideia era situá-los, ao mesmo tempo dando dimensão da precariedade com a qual conviveu a espécie humana nesses primeiros tempos, teria que bolar outra coisa. A chave, para mim, seria trabalhar nomadismo e sedentarismo, ir aos poucos desvendando elementos do cotidiano, o que esses homens e mulheres pré-históricos faziam para se alimentar, como se vestiam, como se abrigavam do frio.

Tenho um joguinho de tabuleiro que faz parte do livro "Pedagogia da Alegria", que me foi sugerido  pela professora Andrea Gugelmin (grata!) há algum tempo atrás. O livro é da autoria da professora Tânia Dias Queiroz e possui diversas outras atividades lúdicas para se trabalhar com conteúdos relacionados ao ensino de História.



 Apesar de servir para introduzir, a atividade de trilha não dava conta de explicar tudo o que eu gostaria. Assim, desenvolvi um trabalho em cima dos conceitos de agricultura e pecuária, buscando sempre enfatizar porque essas duas atividades foram importantes para o desenvolvimento da humanidade, para sua sedentarização (palavra difícil, mas eu acho que eles entenderam) e para o surgimento das primeiras aldeias.

Paralelamente a isso, expliquei o que eram as pinturas rupestres, as marcas deixadas pelos homens das cavernas na época em que eles viveram. Como apoio, usei o vídeo do Discovery Channel "Homem Pré-Histórico: vivendo entre as feras".



Outra opção seria usar um desenho recentemente me mandado pela colega Fátima Veiga, sobre as Aventuras de Uhug na Serra da Capivara. É interessante para mostrar para os alunos que no Brasil também tivemos pré-história e a dificuldade de sobrevivência nesse período.  A dublagem é a voz do Tadeu Melo, ator que emprestou a voz ao personagem Syd na animação "A Era do Gelo", conhecida da marioria dos alunos.


Uma outra opção, ainda, é o filme "A Guerra do Fogo", tomando o cuidado de adaptá-lo porque possui cenas inadequadas para a faixa etária.
 
Buscamos juntos levantar hipóteses para o fato daqueles homens deixarem suas marcas nas cavernas. Por que? Qual a finalidade? O que eles retratavam? Os alunos fizeram uma pesquisa buscando responder a essas questões. 

Por fim, devo agradecer à diretora da minha escola Denise Castanheira pela ideia de os alunos desenharem em lixas imitando a parede de uma caverna. Nesse desenho, os alunos deveriam fazer uma pintura rupestre como se fossem homens das cavernas. Por fim, faríamos uma exposição e enfeitaríamos a nossa caverna, o mural das salas 1601 e 1602 com as pinturas deles e os resultados de suas pesquisas. Nesse desenho, eles deveriam respeitar as atividades econômicas que tínhamos visto antes para os períodos Paleolítico (caça/coleta/pesca) e Neolítico (agricultura e pecuária).


A atividade, na minha opinião, foi um sucesso. Eis o resultado: