tag:blogger.com,1999:blog-28072123237974761442024-03-13T21:25:06.809-07:00A Arte de HistoriarUm blog para pensar sobre a possibilidade de fazer do ensino de História algo menos monótono. Discussões sobre a reinvenção das práticas em minha sala de aula, ou, pelo menos, sobre a tentativa de reinventar. Pois como disse Guimarães Rosa: " Fino, estranho, inacabado, é sempre o destino da gente."Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-79348096911890523562016-11-04T06:45:00.002-07:002016-11-04T15:15:19.153-07:00Não vou me adaptar2016 está chegando ao fim. Junto com o jingle natalino chiclete de uma famosa loja varejista que todo mundo conhece e da Simone cantando o batido verso que nos interroga com o dedo em riste "E o que você fez?", vêm as reflexões sobre o ano que passou.<br />
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Em 2016 eu voltei a ler livros por prazer, aliás, retomei o hábito da leitura que sempre foi o um dos meus maiores prazeres, escrevi meu texto de qualificação do doutorado, voltei a ver Gilmore Girls (uma das minhas séries preferidas de todos os tempos), comecei a me exercitar regularmente e a comer melhor. Tudo isso só foi possível porque, depois de sete anos na educação pública me afastei da sala de aula e cheguei a pensar em desistir da profissão. Aliás, ainda não estou bem certa ainda do que vou fazer quanto a isso.<br />
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29 anos, retorno de Saturno, crise dos 30 ou o que quiserem chamar. Passei a sentir um imenso desconforto toda vez que entrava em uma sala de aula. Ou mesmo antes de entrar. Passava mal de vomitar, mesmo. Pressão baixava, ficava tonta. Crises de choro sem fim. Passei a questionar a importância de estar ali, a significância do que estava ensinando. Me achei péssima professora. Passei a achar que o problema era comigo, com a História. Cheguei a achar que não servia para a profissão, que estava no lugar errado, na hora errada. Questionei minhas escolhas, afinal, como alguém aos 17 anos pode fazer uma escolha para a vida toda? Pensei em fazer outras faculdades, artesanato, abrir uma hamburgueria gourmet (com que dinheiro?), um canal no Youtube. "Rompi tratados. Traí os ritos". Assustada com a contingência de perder a sanidade que me restava, achei que estava na hora de dar um tempo. E estava mesmo.<br />
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Confesso que os tempos não são os melhores para a profissão docente e principalmente para quem concebe a educação como um ato político e reflexivo. Mas não vou tratar disso. Não agora.<br />
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Duas coisas ontem no mundo facebookiano me fizeram pensar sobre minha relação com a educação. e de repente tudo fez sentido, ou não. A primeira delas foi uma postagem aparentemente inocente na qual eu fui marcada logo de manhã pelo meu marido. A postagem trazia a imagem de uma sala de aula e a seguinte questão:<br />
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Quem era você? Uma classe arrumada em fileiras contendo os estereótipos mais clichês de alunos. Estão todos ali: o dorminhoco, o malandro, as fofoqueiras, o casalzinho apaixonado, o que não sai do celular, o gótico, o que vive no mundo da lua, os populares, os nerds...<br />
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<img src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xta1/v/t34.0-12/10156792_10201804146450662_1921840589_n.jpg?oh=1fbb7f81c58884767569726ca212f55f&oe=581EEC41&__gda__=1478413921_525346de46d7be9f1c157499971596ef" /><br />
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A segunda postagem foi uma <a href="https://elikatakimoto.com/2014/04/16/carta-aberta-a-minha-filha-nara-que-neste-ano-e-minha-aluna/">carta</a> muito bonita que a <a href="https://elikatakimoto.com/">Elika Takimoto</a> escreveu para a filha dela Nara, quando foi sua professora, em 2014. Só esclarecendo, a Elika é professora de Física do CEFET aqui no Rio de Janeiro. A carta foi escrita em um momento em que a Elika estava em uma "crise existencial sem tamanho" com a profissão. Palavras dela.<br />
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Uma frase da carta foi o catalisador da reação que se processou em mim:<br />
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"luto por um CEFET em que os melhores alunos não sejam aqueles que se adaptam à escola e sim aqueles que fazem a escola se reinventar para melhor servi-los" <br />
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Na prática isso é muito difícil de fazer porque eu sempre fui a aluna número 1 da imagem. Eu sempre me adaptei muito bem à escola. Talvez lá no fundo eu não entenda os alunos que não se adaptam, embora tente com todas as forças. Eu sempre respeitei meus professores, mesmo quando não concordava com o que eles diziam. Se eu sempre fui uma aluna no padrão, como eu conseguiria ser uma professora fora do padrão? Ainda não sei.<br />
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Só sei que não quero mais ensinar os alunos informações inúteis que eles inevitavelmente vão esquecer. Não quero fazer parecer que o Enem é o dia do juízo final. Ou sentir que estou falando sozinha para as paredes sobre assuntos que só a mim interessam. Ou aplicar provas tradicionais. Aliás, corrigir prova é a pior parte de ser professora para mim. Odeio com todas as minhas forças. Não quero ensinar, quero ajudar a aprender. Quero aprender junto.<br />
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Pela primeira vez na vida me peguei não cabendo mais nas roupas que eu cabia. E o refrão martelando na minha cabeça "Não vou me adaptar". </div>
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Não é fácil, não é bonito não se adaptar. É você contra o mundo. É preciso ter humildade para catar os cacos e persistir no que acredita. É preciso ouvir o outro, mesmo discordando. Não sei ainda se consigo.<br />
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Finalizo com um trecho do livro que li mais recentemente. Nele a personagem principal Jean Louise, volta para sua cidade natal Maycomb, um pequeno condado no sul dos Estados Unidos, depois de um longo período morando em Nova York. Percebe que por ali pouco ou nada mudou e se depara com o racismo escancarado nas relações cotidianas da pequena cidade. Jean Louise quer virar as costas para Maycomb e ir embora para sempre, mas acha que não se sentirá em casa em nenhum outro lugar do mundo. Não pactua com o racismo dos habitantes do lugar, mas não tem coragem de enfrentá-los dia após dia pelo que acredita. A frase abaixo é dita pelo tio de Jean Louise, que tentar lhe explicar o que está acontecendo com ela. A tomada de consciência faz parte do processo de travessia e para que Jean Louise se torne senhora de suas convicções ela tem que percorrer um duro caminho. </div>
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"A ilha de cada homem (...) o vigia de cada um é sua própria consciência. Não existe essa coisa de consciência coletiva." LEE, Harper. Vá, coloque um vigia. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015. p. 239.<br />
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A escola nesse momento é minha Maycomb. </div>
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Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-56347660513171269472016-01-02T11:36:00.002-08:002016-01-02T11:39:39.975-08:00Parodiando a História Antes de começar a minha vida profissional fiz estágio docente em uma escola espetacular, à qual tive o privilégio de retornar ano passado como professora. O que faz essa escola ser tão espetacular são os alunos. Eles topam muita coisa. Eles são empolgados e esse é o meu combustível. Uma professora incrível dessa escola nos meus tempos de estágio me disse que o segredo da docência é deixar os alunos fazerem as coisas. É jogar para eles. Isso era muito difícil de aceitar para mim. Eu estava começando na profissão, ainda nos curso superior, ambiente no qual é reputado como bom professor aquele que é capaz de dar uma "boa aula". Boa aula aqui entendida quase sempre como uma boa palestra. Em resumo, o bom professor é aquele que tem a capacidade de transmitir o que sabe por meio da palavra e somente por meio dela.<br />
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Passados alguns anos como professora, hoje eu entendo que uma "boa aula" principalmente no ensino básico (penso que no superior também, mas nesse eu tenho menos experiência) pressupõe muito mais que uma boa oratória e um excelente domínio do chamado conteúdo. Escutei certa vez uma conversa na qual um colega dizia para o estagiário que estava montando sua primeira aula: "Você pode chegar e dizer um monte de coisas lá na frente da turma, mas isso não é uma aula". </div>
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Para uma aula ser uma aula ela tem que ter começo, meio e fim. É necessário pensar atividades adequadas a cada faixa etária com a qual se está trabalhando. É necessário didatizar o conteúdo, de forma que a aula se torne algo dinâmico. Algumas atividades vão dar certo e outras não. O trabalho de professor também pressupõe aceitar que não dá para acertar sempre. Estamos lidando com pessoas e pessoas são imprevisíveis. Isso torna tudo melhor, mas é difícil pensar que o meu trabalho não depende só de mim. </div>
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Seria mais simples e seguro chegar com uma aula expositiva preparada e despejar o conteúdo em cima dos alunos sem margens ou brechas para a participação deles. Entretanto, tenho entendido cada vez mais que as melhores aulas são aquelas na qual os alunos podem se expressar e tenho buscado isso. </div>
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A princípio os alunos vão odiar. É muito mais fácil um professor que "faz o seu trabalho" e eles podem ficar "na deles". É muito mais fácil um professor que tasca a matéria no quadro e pede pra copiar. </div>
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Há uns meses atrás uma colega de twitter postou a seguinte frase: </div>
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<img src="https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xtp1/v/t1.0-9/12107050_10207357351550389_6107363766269742604_n.jpg?oh=a798d5b57abf15baa012f04e24759188&oe=5713A03C&__gda__=1460981241_006ecba69a50f2ea3ef57c5f34cc132f" /></div>
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Isso parece ser simples de compreender, mas não é. Claro que ninguém está dizendo que qualquer um pode ser professor ou que não é preciso preparo para tal. É justamente o contrário. Mas quanto mais se entende que todo o preparo do mundo não garantem uma boa aula se o "professor" pretende continuar falando como se estivesse sozinho, melhor a aula fica. <a href="https://donaervilha.wordpress.com/2014/03/27/professora-de-nada/">Quanto menos se pretende ensinar, no sentido professoral da coisa, melhor é o diálogo</a>. Com isso, a gente perde a vergonha de se expor e fica mais à vontade diante da turma.<br />
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<a href="https://donaervilha.files.wordpress.com/2014/03/la_professora_eneko.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://donaervilha.files.wordpress.com/2014/03/la_professora_eneko.jpg" width="321" /></a><br />
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Não se trata de virar um professor do tipo showman, (no meu caso showoman, se isso existir) como os muitos de cursinho que a gente vê por aí, se esse não for o estilo da pessoa. Também não se trata de achar que todas as aulas têm que agradar a todos os alunos. Como eu disse, em muitos momentos os alunos vão odiar as proposições e vão querer apenas um professor que os deixe em paz. Trata-se de descobrir o que se sabe fazer de melhor e usar isso na sala de aula.<br />
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Eu gosto de cantar. Não sei se canto bem ou mal, mas não tenho vergonha de fazer isso em público. Esse ano resolvi convidar os alunos a fazer da sala de aula um espaço descontraído onde pudéssemos cantar algumas vezes. A proposta era que eles elaborassem paródias sobre a matéria que estávamos estudando, no caso as revoltas regenciais. Em troca, cantei uma paródia que tinha feito com meus alunos de outra escola sobre o período regencial. </div>
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As paródias ficaram ótimas e renderam boas risadas. Mesmo os alunos tímidos participaram. Foi um dos pontos altos do ano. Pena que não guardei nenhuma delas para postar aqui.<br />
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Abaixo: a letra da paródia que fiz com os alunos da Rede Municipal sobre o período regencial em cima da letra da música Price Tag, da cantora Jessie J.<br />
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<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/KsxSxF3JKeU/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/KsxSxF3JKeU?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
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Período Regencial<br />
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Período Regencial, muitas revoltas, muito caos<br />
D. Pedro foi embora e deixou o seu filho seguir o legado imperial<br />
Ele era só uma criança, não poderia entrar na dança<br />
Três regentes foram lá para o país governar<br />
Fazer então a paz reinar<br />
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Todo mundo olhou para o Norte<br />
Todo mundo olho para o Sul<br />
O povo se agitou<br />
Rebeliões organizou<br />
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Maranhão a Balaiada, ada ada<br />
Grão-Pará a Cabanagem, agem, agem<br />
No Sul a Farroupilha,<br />
Na Bahia os Malês<br />
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Fome e tristeza, não não não não<br />
Presidentes de província, não não não não<br />
O povo não aguenta mais<br />
Vai querer se separar</div>
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Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-33872826778356143212015-12-27T05:23:00.001-08:002015-12-27T07:17:09.404-08:00Histórias do Brasil A temática da viagem no tempo inspirou e ainda inspira muitos livros e filmes. Clássicos da ficção científica como "Os 12 Macacos" passando pela divertida franquia "O Exterminador do Futuro" e até mesmo a saga Harry Potter já exploraram a tônica que parece ser uma fonte inesgotável para o entretenimento destinado a todas as faixas etárias. Recentemente, em 21 de outubro de 2015, comemoramos com festa a data da chegada de Marty Mac Mc Fly ao futuro. O personagem do grande sucesso dos anos 1980, "De volta para o futuro 2", chegou ao nosso presente, que era o futuro distante daquelas pessoas. Só que nós não nos parecemos muito com aquelas pessoas "futurísticas". Não temos skate voador e nem carros que flutuam, mas é bom saber que <a href="http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2015/10/de-volta-para-o-futuro-15-previsoes-tech-para-2015-que-o-filme-acertou.html">o filme foi visionário em diversos aspecto</a>s. <div>
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É difícil acreditar, mas cientistas de verdade têm se debruçado sobre a questão da possibilidade de empreender tais viagens, como podemos perceber a partir do vídeo do canal Nerdologia.</div>
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<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/Zd3jWFpw3NE/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/Zd3jWFpw3NE?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
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A partir do vídeo acima, aprendemos que viagens no tempo são possíveis, embora nunca tenham sido tentadas (ou foram? Não entendi direito o vídeo). Como sou historiadora e historiadores são mais estraga prazeres que os cientistas, me pergunto: Se pudéssemos de fato viajar para um passado distante, como nos filmes de Sessão da Tarde que eu assistia quando eu era criança, como conseguiria me comunicar com as pessoas? Ou não conseguiria? </div>
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<img src="http://www.assistirfilmesdublados.com.br/wp-content/uploads/2014/11/Loucuras-na-Idade-M%C3%A9dia.jpg" /></div>
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O historiador e geógrafo norte-americano David Lowenthal é autor de um livro intitulado "O passado é um país estrangeiro". Um fragmento traduzido do livro pode ser baixado <a href="http://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/11110/8154">aqui</a>. </div>
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O texto se inicia com a epígrafe do historiador britânico G. M. Trevelyan: </div>
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"A poesia da história repousa no fato quase milagroso de que, por esta mesma terra, por este mesmo chão familiar, já caminharam outros homens e mulheres, tão reais quanto nós, com pensamentos próprios, levados pelas próprias paixões, todos mortos agora, gerações e gerações completamente desaparecidas, da mesma forma que nós muito em breve desapareceremos como fantasmas no raiar do dia."</div>
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Lowenthal se mostra cético quanto à possibilidade de se compreender integralmente o passado, chegando a afirmar que à medida em que progredimos no conhecimento do passado, esse se torna cada vez mais remoto e menos cognoscível. Entretanto, acredito que a maneira apontada na epígrafe é um bom caminho para o ensino de História. </div>
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Percebo que quanto mais os alunos se aproximam do passado por meio de histórias de pessoas reais ou possíveis, a atenção deles aumenta e o incognoscível se torna tangível. </div>
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Claro que não podemos perder de vista totalmente a perspectiva do estrangeirismo no conhecimento do passado. Devemos nos esforçar para mostrar para os alunos que aquelas pessoas não pensavam como nós, que tinham seus próprios códigos e princípios. </div>
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Partindo dessa perspectiva, é importante ressaltar que os vídeos da série Histórias do Brasil se mostram um instrumento admirável para ajudar os professores na aproximação dos alunos com o Brasil do passado. Os episódios da série contam histórias particulares intercaladas com o depoimento de prestigiados professores e pesquisadores. A curta duração dos capítulos ajuda a utilização didática, já que cada um têm em torno de 25 minutos. Cada capítulo é ambientado em um momentos diferente da história do país (de 1530 a 1958). A linguagem é simples e os figurinos e cenários são fruto de cuidadosa pesquisa. </div>
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Em todos os episódios, temos a impressão de que o que sabíamos sobre aquela época não era o bastante e descobrimos coisas que nem imaginamos. Descobrimos que embora aquela seja a nossa história, somos estrangeiros nela. </div>
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Todos os episódios estão disponíveis no Youtube com boa qualidade. Disponibilizamos o link do primeiro: </div>
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<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/lIVU79GTsw4/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/lIVU79GTsw4?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
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Boa viagem! </div>
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Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-52420853390266052592015-05-13T05:59:00.000-07:002016-01-12T14:47:49.266-08:00O que é escola? <br />
Tenho pensado muito sobre o papel da escola nesse nosso mundão de Deus. Por que colocamos diariamente crianças enfileiradas para tentar ensinar algo? Por que a nossa escola segue um modelo de séculos atrás se claramente ouvimos diariamente nas salas de professores que "os alunos não são mais os mesmos". Por que tentar obter resultados diferentes fazendo sempre tudo igual?<br />
<br />
Acho que o nosso modelo de escola está muito aquém das necessidades dos alunos de hoje. Mas o que colocar no lugar se nem esse modelo consegue funcionar a contento? A instituição escola perdeu sua função? Um vídeo assistido recentemente vêm me ajudando a pensar sobre tais questões.<br />
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É um projeto modesto, em formato de documentário produzido com professores, funcionários e alunos da escola Lourenço Castanho, uma das mais caras de São Paulo. E uma das "melhores", quando esse "melhor" é medido a partir dos índices no ENEM, é claro.</div>
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<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/WZ50xEFQSCM/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/WZ50xEFQSCM?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
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Apesar de discordar totalmente de algumas falas, me identifiquei com a fala de uma das professoras:<br />
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"Só vira professor quem tem uma espécie de gratidão com a herança que recebeu, a oportunidade de transmitir às novas gerações aquilo que a humanidade já produziu de melhor, aquilo que a gente acha que é válido, aquilo que a gente acha que deve permanecer no mundo mesmo quando a gente não tiver mais aqui. O que elas farão com isso a gente não sabe."<br />
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É bem isso mesmo. Toda educação é baseada no que a gente julga importante transmitir às novas gerações. O que nós professores julgamos melhor? O que tem atravancado o nosso caminho na "transmissão" desse melhor? Não sei, mas desconfio de muita coisa.<br />
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Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-79775783589106384752014-06-30T06:59:00.000-07:002014-06-30T07:08:31.876-07:00De volta a lugar nenhum - Parte 1 Já faz quase um ano que não escrevo no blog, por vários motivos. O primeiro deles é que voltei ao <a href="http://quaselugar.blogspot.com.br/">"quase lugar". </a>O lugar desconfortável das pessoas que não conseguem se realizar em algum aspecto. Como esse blog é profissional, cheguei ao lugar da desestância na minha profissão. Pensando retrospectivamente, a última vez que escrevi foi em meio à greve do ano passado. Não me recuperei totalmente da greve de 2013. A experiência de luta coletiva é enriquecedora, mas também muito desgastante. Você fica um tempo apostando todas as suas fichas em prol daquela luta e quando volta para a escola se depara com uma realidade que é tão dura quanto quando você entrou em greve. De que adiantou? O que conseguimos?<br />
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Na volta da greve de 2013 passei um vídeo do desenho do <a href="http://mais.uol.com.br/view/8cfhj7x5j6pc/bob-esponja--lula-em-greve-040218346CC0C173C6?types=A">Bob Esponja</a> para os alunos. Achei que era a metáfora perfeita porque no fim das contas tínhamos apenas um pífio aumento no contracheque e os problemas todos continuavam lá. Salas lotadas, falta de recursos, dificuldades de prender a atenção dos alunos. Não sou daqueles professores que acham que a matéria está dada a despeito dos alunos. Quero atenção, sim. Quero que eles aprendam, sim. Só que a realidade é tão distante da expectativa...<br />
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Nós ainda ficamos com o ônus de repor as aulas perdidas da greve em dois meses. Trabalhamos contra-turno, sábados, ficamos até mais tarde na escola. Tudo isso contando com a falta de vontade dos alunos que se sentiam prejudicados e injustiçados de estarem ali um minuto que fosse a mais do que o necessário porque os professores haviam ousado fazer greve. Nunca senti tão forte a repulsa dos alunos pela escola e por nós professores. Nunca me senti tão impotente e tão desimportante. É triste perceber que não é só na minha escola que isso acontece. É triste perceber que professores nos quais eu me espelhava estão se deixando abater pela dura realidade. O combustível do nosso trabalho é o interesse, nossa ferramenta é o diálogo. Se não há <a href="http://14.ag/serprofessor/portfolio/girlene-kiev/">diálogo</a>, se não há interesse por parte dos alunos não vejo como pode haver aprendizado.<br />
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P<a href="http://14.ag/serprofessor/portfolio/maria-isabela-mendonca/">rofessores </a>tão jovens quanto eu estão perdendo as esperanças todos os dias. Como podemos estimular os alunos se as nossas forças se esgotam dia após dia? Como posso preparar boas aulas se a tecnologia avança a cada dia e tudo o que eu tenho de recurso na minha sala é um quadro branco e alguns livros didáticos? Se alguém tiver a resposta, me fale. Preciso desesperadamente dela.<br />
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Essa semana celebramos os cinquenta anos da declaração de Martin Luther King que se tornou um grito que ecoou por todo o mundo como um apelo por uma sociedade mais justa e igualitária. O discurso, apesar do meio século que o separa de nós, não envelheceu. O pastor naquele dia não falou somente aos negros, mas a todos os americanos. Seu sonho estava profundamente enraizado no sonho americano. </div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/yCLCyvF9p7g?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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Nos Estados Unidos, assim como no Brasil houve escravidão. Guardadas as devidas especificidades, ambas as sociedades se tornaram profundamente desiguais após o fim da escravidão. Nos Estados Unidos a segregação se deu de forma institucionalizada, escancarada. O melhor recurso que conheço para trabalhar a história do Estados Unidos é um trecho do filme "Tiros em Columbine". A animação satírica foi feita pelos mesmos autores da série South Park e embora contenha muitos estereótipos mostra como a história norte-americana é permeada pelo preconceito e pela violência e como as duas coisas estão profundamente ligadas lá. </div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/LDn1rXWDAhg?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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No Brasil nos orgulhamos por muito tempo de ser uma sociedade livre do racismo e da discriminação racial. Sabemos hoje que não é bem assim. A ideia da formação do povo brasileiro por meio do encontro harmônico entre as raças criou a falácia da democracia racial. Somos um povo pacífico, fraterno e receptivo. Após o fim da escravidão o negro não " achou todas as avenidas abertas diante de si" como afirmava Joaquim Nabuco? </div>
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A resposta é não. Dentre outros indicativos, o Censo 2010 mostrou que, dos 16 milhões de brasileiros vivendo em extrema pobreza (ou com até R$ 70 mensais), 4,2 milhões são brancos e 11,5 milhões são pardos ou pretos. Entre os brasileiros que ganham menos de um salário mínimo, 63% são negros e 34% são brancos. Dos brasileiros mais ricos, 11% são negros e 85% são brancos. (Fonte: <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Racismo_no_Brasil#cite_note-2">http://pt.wikipedia.org/wiki/Racismo_no_Brasil#cite_note-2</a>)<br />
Atualmente, pesquisas mostram que boa parte dos brasileiros reconhece a existência de preconceito racial no Brasil. A pobreza por aqui tem cor, tem cara e o racismo existe, ainda que de forma camuflada. </div>
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Tal desigualdade fica mais visível quando invertemos a situação. É o que mostra o curta "Vista Minha Pele" que passei para os alunos de 6.º a 9.º ano no dia da consciência negra no ano passado. </div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/LWBodKwuHCM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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Os alunos ficam incomodados porque percebem que algo está "errado". A história mostra Maria, uma menina branca pobre que vive estuda em um colégio particular graças a uma bolsa. A situação do filme é hipotética e nele os negros são o grupo econômica e socialmente dominante. Na escola ela é hostilizada por sua cor e condição social. Por meio da inversão vários estereótipos surgem no espaço escolar, ficam visíveis e são desnaturalizados. Um exemplo muito banal de como o preconceito está enraizado na sociedade brasileira é o fato do cabelo crespo ser desqualificado como "cabelo ruim". Por que? Por que cabelo liso é bom e crespo é ruim? </div>
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Voltando ao discurso de Luther King lembrei de um filme que sempre passo para os meus alunos dos oitavos e nono anos e que ajuda a mostrar que a fala dele é mais do que atual. </div>
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Não encontrei o filme disponível no Youtube, mas deixo a música com cenas do filme "Escritores da Liberdade" . É fácil de encontrar em locadoras e barato para quem quiser comprar.</div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/QcVjKAKRpDw?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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Gosto do filme e busco a partir dele levar os meus alunos a refletir como a educação pode mudar a autopercepção daqueles adolescentes fadados ao fracasso. O filme faz sucesso entre os meus adolescentes por retratar o preconceito racial, as drogas, a desmotivação e a falta de respeito, realidades muito familiares para muitos dos meus alunos, em sua maioria moradores da comunidade do Borel.<br />
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Terminar o post com uma comparação entre o caso brasileiro e o norte-americano talvez fosse mais coerente. Entretanto, vou terminar com algumas considerações sobre a polêmica convocação de médicos cubanos para trabalhar no Brasil e algumas questões pessoais. </div>
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Assisti consternada à recepção nada acolhedora que os médicos cubanos tiveram em terras brasileiras (Ué, mas não éramos um povo pacífico e acolhedor?). Uma jornalista potiguar chegou ao cúmulo de afirmar que as médicas cubanas tinham cara de "empregadas domésticas". Clara referência ao fato das médicas serem negras. Não estamos acostumados a ver médicos negros. Não estamos acostumados a ver negros em posição de destaque na sociedade e nem percebemos que isso é expressão de um racismo que está entranhado na nossa sociedade e não de uma condição natural decorrente do passado escravista. </div>
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Entretanto, entre todas as frases, a que mais me chamou a atenção foi a do médico cubano Juan Delgado que disse que eles não vieram pelo dinheiro e sim para ajudar, que seriam escravos sim (mais uma vez o preconceito, chamar os médicos de escravos), mas dos doentes, que atuariam onde fossem mais necessários e que os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHNKKBpz5QtqNQWmWntytDz7OlLWenv_OHzYRAigF0hyphenhyphenUWofMa-EV9tzHANHODP__7QFioaYh0qa5ad_NsfBwBQvySH_0fs3b2wzf6-WqS7LQOs0srLXH996X_KNbd0Q0y5AXN5MDJdx4/s1600/1174759_493915300701455_500298806_n.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHNKKBpz5QtqNQWmWntytDz7OlLWenv_OHzYRAigF0hyphenhyphenUWofMa-EV9tzHANHODP__7QFioaYh0qa5ad_NsfBwBQvySH_0fs3b2wzf6-WqS7LQOs0srLXH996X_KNbd0Q0y5AXN5MDJdx4/s320/1174759_493915300701455_500298806_n.png" width="320" /></a></div>
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Esse episódio me deixou muito triste porque todos os dias desde que entrei na Rede Municipal de Ensino tenho questionado a minha escolha profissional de ser professora da escola pública. O salário é baixo, os problemas infindos, as condições ruins e os alunos difíceis. Não sou rica, não tenho reconhecimento nenhum de quase nenhuma parte, leio todos os dias notícias na internet de professores que abandonam a profissão. Entretanto, a frase me fez refletir que estou onde deveria estar. Estou onde mais precisam de mim. Pena no momento eu não poder mostrar isso aos meus alunos e não poder passar o filme dos "Escritores da Liberdade". Acredito que por uma boa causa. Acredito que faço minhas escolhas também pensando neles. Acredito, acredito... Que bom que eu ainda acredito. Que bom que eu ainda tenho um sonho. </div>
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<br />Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-15649964822225103122013-05-14T17:38:00.001-07:002013-05-14T17:38:54.627-07:00As múltiplas faces de Tiradentes Sempre achei que a matéria do oitavo ano é a mais complicada de se fazer entender para as mentes adolescentes. A começar pela temática do Iluminismo: o que se vê é um desfilar de ideias que a meu ver, para os estudantes não têm o menor sentido. Ainda mais, porque quase nunca contamos com os recursos necessários para tornar a história mais atraente.<br />
Há pouco tempo estive em Ouro Preto, em Minas Gerais e adoraria poder falar de mineração no Brasil mostrando as antigas minas de ouro, as igrejas, os museus. Entretanto, não nos é possível nem ir ao Palácio Tiradentes, que fica aqui no Rio de Janeiro, mesmo. Sobram problemas como falta de transporte, de verbas e faltam soluções viáveis para tornar os passeios realidade.<br />
Como então, fazer os alunos entenderem a Inconfidência Mineira? Muitos dos meus alunos não sabiam nem quem foi Tiradentes, alguns já tinham "ouvido falar" e sabiam apenas que era "comemorado" o seu "dia" com um feriado.<br />
Assim, precisava primeiro apresentar a eles essa figura que como nós historiadores bem sabemos, é controvertida. Sua imagem como herói e mártir foi construída muito tempo depois de sua morte, no período da República. Não foram preservados registros fidedignos de sua aparência, o que deu margem para diversas representações da mesma.<br />
Pensei que apenas mostrar imagens diferentes de Tiradentes não prenderia a atenção dos alunos. Buscando inspiração em uma aula sobre Inconfidência Mineira consultada no Portal do Professor (<a href="http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26388">http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26388</a>) e o material produzido pela Revista de História da Biblioteca Nacional (<a href="http://www.revistadehistoria.com.br/naescola/tiradenteseoaltar.pdf">http://www.revistadehistoria.com.br/naescola/tiradenteseoaltar.pdf</a>) tive a ideia de apresentar aos alunos de maneira diferente as "múltiplas faces de Tiradentes".<br />
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Descobri na internet alguns sites que fazem quebra-cabeças a partir de qualquer arquivo de imagem do seu computador. Os sites são esses:<br />
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<a href="http://www.efeitoespecial.com.br/efeito-especial/quebra-cabeca.php">http://www.efeitoespecial.com.br/efeito-especial/quebra-cabeca.php</a><br />
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<a href="http://www.scrapee.net/criar-quebra-cabeca.htm">http://www.scrapee.net/criar-quebra-cabeca.htm</a><br />
<br />
Assim, consegui quatro imagens "quebradas" de Tiradentes. A ideia era separar os alunos em grupos e deixar que colassem os quebra-cabeças na cartolina e depois que cortassem e montassem os mesmos.<br />
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As imagens ficaram assim:<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXwKz4UtXr5jDIyx6PI5wf8iLjgfnITT5k1UexZfszFweVil7FUwHx9p885cJeyXbG5m_SB9uhDEhAjkHlVXYBB97_IYY-IRUicA_YzKB8fRsVJihgesP6FUyDu5_y0sPfKLwqFNrSETU/s1600/Tiradentes+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXwKz4UtXr5jDIyx6PI5wf8iLjgfnITT5k1UexZfszFweVil7FUwHx9p885cJeyXbG5m_SB9uhDEhAjkHlVXYBB97_IYY-IRUicA_YzKB8fRsVJihgesP6FUyDu5_y0sPfKLwqFNrSETU/s320/Tiradentes+1.jpg" width="208" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikjKPxrrOKOf4V_2FKz_FWjyHCTPvzn37n-LGft4cLnknYZKN0v-swcLxREaypowxcp3Wf335qXgxr3_h-lXdFQrb_0Wu4VaMw1NuX-n745B-ww9-ecS8WTQHe4ZGWpW6I9wbg45x7pL4/s1600/Tiradentes+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikjKPxrrOKOf4V_2FKz_FWjyHCTPvzn37n-LGft4cLnknYZKN0v-swcLxREaypowxcp3Wf335qXgxr3_h-lXdFQrb_0Wu4VaMw1NuX-n745B-ww9-ecS8WTQHe4ZGWpW6I9wbg45x7pL4/s320/Tiradentes+2.jpg" width="228" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvGl2wHjg0e3LR9VQpyUsbFNNpqDl4Lvgn2OhnJ9bPFcbK2m9ldPV5r2L9t59uiXuMjL9ftMWNnt3tSY2qgFzKGwovp7f5ic1VlWTYwpxB1XlQemjZugWvmMBolYZBZJ8OodOs0GWopQc/s1600/Tiradentes+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvGl2wHjg0e3LR9VQpyUsbFNNpqDl4Lvgn2OhnJ9bPFcbK2m9ldPV5r2L9t59uiXuMjL9ftMWNnt3tSY2qgFzKGwovp7f5ic1VlWTYwpxB1XlQemjZugWvmMBolYZBZJ8OodOs0GWopQc/s320/Tiradentes+3.jpg" width="160" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZgP-Oxg5asJnuF2yuNyc0VqEFV1B30mjmBkz4tTBC0cO6BqP4LFRw5B6uiH3BpQya_V4tR-87fOIMfePYVP_ULt4l3ERr0ZA_Vr5nUWmHwuFVyg3I6KAqhc8Hjsj8tkukK_yRghCvw3g/s1600/Tiradentes+4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZgP-Oxg5asJnuF2yuNyc0VqEFV1B30mjmBkz4tTBC0cO6BqP4LFRw5B6uiH3BpQya_V4tR-87fOIMfePYVP_ULt4l3ERr0ZA_Vr5nUWmHwuFVyg3I6KAqhc8Hjsj8tkukK_yRghCvw3g/s320/Tiradentes+4.jpg" width="249" /></a></div>
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Juntamente com cada imagem "quebrada" eu distribuí também a "solução" em tamanho menor. Os alunos se empenharam bastante na montagem dos quebra-cabeças.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigtQlqZb1g4TQ32W9IAUDcsUYppwCcDWD5lDl7e3EguNL8C9saVcPNwOIN0ctt0gC0bpblMiqq7HVXhPDn4ZyjzjXls6Z_KgKiggbjZ5Docsrq7qvZpauGRw4hinuu9xNZ8zKYi7_wTn0/s1600/Foto0213.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigtQlqZb1g4TQ32W9IAUDcsUYppwCcDWD5lDl7e3EguNL8C9saVcPNwOIN0ctt0gC0bpblMiqq7HVXhPDn4ZyjzjXls6Z_KgKiggbjZ5Docsrq7qvZpauGRw4hinuu9xNZ8zKYi7_wTn0/s1600/Foto0213.jpg" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPKDOZI8I9GEu0NUexOGyG9__BJWppCDmrGeUBWIny6IOz2fe-Dd12LP95W8qQwLsMj1M5nixdyeCpsyRjkw-kMPgatS9KJyraahP9Q1wLRkkgk1Oc6kPuUopIWmS1UQzdFJPQaHN1uX4/s1600/Foto0217.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPKDOZI8I9GEu0NUexOGyG9__BJWppCDmrGeUBWIny6IOz2fe-Dd12LP95W8qQwLsMj1M5nixdyeCpsyRjkw-kMPgatS9KJyraahP9Q1wLRkkgk1Oc6kPuUopIWmS1UQzdFJPQaHN1uX4/s1600/Foto0217.jpg" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjELPxDZPZ5Gjkm_awvHkayWbHQFO5KtD4WZVdPxvUcgLhLsT8s6MEG7xzdNlj4smwgfDTZuFDyJRKVf6PQ6MmUq1mrKQBAnNQ4iZXkzZpEfYKOtwXa-nxk9MuPC7K6SAicG6j-V16g9IY/s1600/Foto0218.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjELPxDZPZ5Gjkm_awvHkayWbHQFO5KtD4WZVdPxvUcgLhLsT8s6MEG7xzdNlj4smwgfDTZuFDyJRKVf6PQ6MmUq1mrKQBAnNQ4iZXkzZpEfYKOtwXa-nxk9MuPC7K6SAicG6j-V16g9IY/s1600/Foto0218.jpg" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqN9UKMBaKW7LlN8-qaUNADc1BJSLTKcMYcB4QJckDw1NYz_ByKJ6bzrI5cgPsfJaBdsduvND9lVpI8faz9xJOIQgTBOAgT53uHkOeaBG-WiT54E-wllcV5zGwb93qOJPnQS4xwStCG4Q/s1600/Foto0219.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqN9UKMBaKW7LlN8-qaUNADc1BJSLTKcMYcB4QJckDw1NYz_ByKJ6bzrI5cgPsfJaBdsduvND9lVpI8faz9xJOIQgTBOAgT53uHkOeaBG-WiT54E-wllcV5zGwb93qOJPnQS4xwStCG4Q/s1600/Foto0219.jpg" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQUlyTBnVKBBzcWPg5Vr-0y93Lyc_6i_xeClNQc0bWzuXpHiA1t32RoZYZ_scoxspZZKhWegixmE7cVXkPAdz6gV0R72E7gPR5ThNdVP8son_vcuxvQub-DcD9W6QHOHCKLsBKH-oAsHE/s1600/Foto0220.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQUlyTBnVKBBzcWPg5Vr-0y93Lyc_6i_xeClNQc0bWzuXpHiA1t32RoZYZ_scoxspZZKhWegixmE7cVXkPAdz6gV0R72E7gPR5ThNdVP8son_vcuxvQub-DcD9W6QHOHCKLsBKH-oAsHE/s1600/Foto0220.jpg" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiitrgs5CJYKpPCZFf3jT-Nv4nfgpaJzymY81URXzjGMYOC2WkY-OMm-NEMv94ZP5x4BiQk1E_4fVjs6O63IYw8fvSVkfpyk-hSQlL7cR9F4DO-PNyLpQNdzyC6fXIdGSORwFh-acDEPfo/s1600/Foto0212.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiitrgs5CJYKpPCZFf3jT-Nv4nfgpaJzymY81URXzjGMYOC2WkY-OMm-NEMv94ZP5x4BiQk1E_4fVjs6O63IYw8fvSVkfpyk-hSQlL7cR9F4DO-PNyLpQNdzyC6fXIdGSORwFh-acDEPfo/s1600/Foto0212.jpg" /></a></div>
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Por meio dessa atividade consegui explicar a associação da imagem de Tiradentes à de Jesus Cristo, como na última imagem dos quebra-cabeças e a exaltação de sua figura promovida <i>a posteriori</i>. Expliquei também que como não existia fotografia na época, não se sabe exatamente como Tiradentes foi, uma vez que todas as figuras que eles estavam montando foram produzidas posteriormente. Consegui fazer os alunos entenderem de certa forma que imagens nem sempre representam a realidade e que pessoas e coisas podem ser alvo de mitificação e se tornarem símbolos, adquirindo uma importância que não tinham em sua época. Dito tudo isso, pude falar de Inconfidência Mineira colocando Tiradentes em seu "devido lugar". </div>
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Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-4690861956107656182012-12-02T04:01:00.001-08:002012-12-02T04:52:37.268-08:00Diálogos sem Fronteiras: educação, história e interculturalidadeOlá gente! Hoje eu não estou aqui para falar das minhas invencionices em sala de aula, mas para divulgar um produto do meu outro lado, o de pesquisadora. Acho que as duas coisas são indissociáveis. Pelo menos, no meu eu. Não me vejo pesquisadora apenas, ou professora, apenas. Sei que são coisas diferentes, mas gosto muito de ser as duas. <br />
<br />
Quem pertence ao mundo acadêmico sabe que o nosso trabalho, produzido de forma solitária, é divulgado para os pares por meio de textos que soltamos e deixamos voar livres por aí. Quando fazemos isso, eles já não nos pertencem apenas, mas estão disponíveis para serem apropriados ou criticados. <br />
<br />
Publiquei um capítulo, resultado de minha disseração de mestrado, em um livro coletivo chamado "Diálogos Sem Fronteiras". A ideia do livro era divulgar trabalhos que estão no limite entre as áreas de História e Educação, como o meu. Fica aqui registrado o meu agradecimento aos organizadores Jussara Pimenta, Aires Diniz, Thales Pimenta e Aline Santos Costa. <br />
<br />
O livro está em fase de pré-lançamento no site da Editora CRV. Por favor, divulguem a quem possa interessar. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgttc_U_FJvz0wtsDwQWjScLTc-6OSXATqI9VHw4ar2QpdH3Ele86suKwRqXJkxC2WLdQUmcGlSvyGnQLNSHqRrZf1sNyaWXcydmSFhDJW9Bul0aN3tRHkZZ__0jm6Y-jamcI4msAIFV5g/s1600/8400b306a9998c44e4c2816ed44538a4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgttc_U_FJvz0wtsDwQWjScLTc-6OSXATqI9VHw4ar2QpdH3Ele86suKwRqXJkxC2WLdQUmcGlSvyGnQLNSHqRrZf1sNyaWXcydmSFhDJW9Bul0aN3tRHkZZ__0jm6Y-jamcI4msAIFV5g/s320/8400b306a9998c44e4c2816ed44538a4.jpg" width="232" /></a></div>
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<a href="http://www.editoracrv.com.br/?f=produto_detalhes&pid=3652">http://www.editoracrv.com.br/?f=produto_detalhes&pid=3652</a></div>
<br />Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-44030774830686731032012-11-26T15:00:00.001-08:002012-11-26T15:00:46.962-08:00As maquetes do 6.º ano Todo professor que mereça tal título fica muito animado quando consegue mobilizar os seus alunos em prol de um trabalho. Desde que entrei para dar aulas na Rede Municipal de Ensino que uma das minhas vontades era fazer um trabalho bem prático com os meus alunos, um trabalho de maquete. Mas vá colocar isso em prática... Experiências anteriores e tentativas frustradas me mostraram que o momento ainda não chegara. Talvez não estava preparada para coordenar um trabalho desses ou as turmas que pegara até então não tinham o perfil desse tipo de trabalho. Sim, a turma tem que ter motivação também, senão o trabalho acaba inviabilizado por falta de material, ou mesmo por falta de vontade de fazer um trabalho bem feito.<br />
Esse ano peguei uma turma de 6.º ano e senti que daria para fazer o trabalho com eles. Eles são bem pequenos e por isso, ainda se motivam com trabalhos práticos.<br />
A primeira etapa do trabalho foi a escolha pelos grupos de um assunto que trabalhamos ao longo do ano letivo. A ideia é que as maquetes fossem o fechamento e a avaliação do que os alunos aprenderam ao longo do ano. Assim, poderia perceber o que eles entenderam sobre a importância dos rios, as atividades econômicas, a construção de cada espaço, em cada tempo que estudamos e sua capacidade de se organizar para dar conta de um trabalho que demandava planejamento e esforço. Assim, propus cinco assuntos estudados ao longo do ano: Pré-História, Mesopotâmia, Egito Antigo, Grécia Antiga e Roma Antiga.<br />
A primeira etapa do trabalho consistiu na pesquisa. Nessa etapa, tive ajuda da professora Lúcia da sala-de-leitura, que emprestou os livros paradidáticos e didáticos que os alunos usaram como base para entender melhor as representações geográficas de cada sociedade estudada. Em sala, também tive a ajuda da internet para mostrar aos alunos como poderiam construir suas maquetes e o que era isso, já que muitos nunca tinham feito esse tipo de trabalho.<br />
<br />
Os livros abaixo foram usados como material de apoio. Eles já são um pouco antigos, mas contêm imagens muito boas sobre as sociedades em questão. Eles são facilmente encontráveis em sebos e livrarias.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_ftgOmLr3Hnwwgn1rykbS_AgCvjS00dM4Q5ikKOeMUN5fBohIKWRhkqn_pQVg8E8JzIMEM0i8cFFdVHhrPNMlopSthDixc1Yg4PFeYEdaIWUe85uSlbGAoGfJCRwb7XRqCSUPF6JEI3A/s1600/174906G1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_ftgOmLr3Hnwwgn1rykbS_AgCvjS00dM4Q5ikKOeMUN5fBohIKWRhkqn_pQVg8E8JzIMEM0i8cFFdVHhrPNMlopSthDixc1Yg4PFeYEdaIWUe85uSlbGAoGfJCRwb7XRqCSUPF6JEI3A/s1600/174906G1.jpg" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxH3qMQ30yaEbk81gvx9wM1pLWPflhwitktjRx9Jn0mW7keWyIfhWUmZN2oVcwBEyKCrndhgeKyr1AIOS1WOAI9Xg8o1K4m_EGHFBDAWF2isTngceBxa_yv73wZKLW1XDzHpSTXJenkv0/s1600/605272_640.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxH3qMQ30yaEbk81gvx9wM1pLWPflhwitktjRx9Jn0mW7keWyIfhWUmZN2oVcwBEyKCrndhgeKyr1AIOS1WOAI9Xg8o1K4m_EGHFBDAWF2isTngceBxa_yv73wZKLW1XDzHpSTXJenkv0/s320/605272_640.jpg" width="230" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSqEt1PZ1nJe-s31CT5MzswQ4G1iNfG3OjcNGsHYqkyChkfvKwMP1miu3IFBFJb_YwUq3N-FdFgNsFcsnPjOP5NTcDAViJ64KLY23mZFGgvIxLKiWDCoNQAQ8nUakiokEAF_8riV5UgI/s1600/607711_860.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSqEt1PZ1nJe-s31CT5MzswQ4G1iNfG3OjcNGsHYqkyChkfvKwMP1miu3IFBFJb_YwUq3N-FdFgNsFcsnPjOP5NTcDAViJ64KLY23mZFGgvIxLKiWDCoNQAQ8nUakiokEAF_8riV5UgI/s320/607711_860.jpg" width="230" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIRLRn4By-GiaWf7plDZDfSEpq-OEddCMzgNcmbTis8Ehyrkjy9I29IywC8oxbHzPfuOcY4V6X2xVnK3BLrwoQjVpfzAZf4O_s0-X4TVnDNOgO_iWlPcmqpUG2o7sMBwfS1fGvh-bqhIE/s1600/675694_413.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIRLRn4By-GiaWf7plDZDfSEpq-OEddCMzgNcmbTis8Ehyrkjy9I29IywC8oxbHzPfuOcY4V6X2xVnK3BLrwoQjVpfzAZf4O_s0-X4TVnDNOgO_iWlPcmqpUG2o7sMBwfS1fGvh-bqhIE/s320/675694_413.jpg" width="230" /></a></div>
<br />
<br />
A segunda etapa foi o planejamento do material a ser utilizado e a organização propriamente dita do trabalho. Cada membro do grupo ficou responsável por providenciar esse material e confeccionar as maquetes.<br />
A terceira etapa foi a apresentação para a turma do trabalho realizado.<br />
Eis aí, o resultado:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi16hsnkWLzEcj0I977gt364oR115Z-bo9sgtyyqbjDdefekRz7wUCXGojraRtMy5iUs-LU7xmGU8a-kjg6kognXpJQ4_35vDf_OJ3Qd8j7DfPtFOtF-3ESPAjKN2pARfcr2MsTcziHGLQ/s1600/DSC05260.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi16hsnkWLzEcj0I977gt364oR115Z-bo9sgtyyqbjDdefekRz7wUCXGojraRtMy5iUs-LU7xmGU8a-kjg6kognXpJQ4_35vDf_OJ3Qd8j7DfPtFOtF-3ESPAjKN2pARfcr2MsTcziHGLQ/s400/DSC05260.JPG" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
A pré-história das meninas, com o surgimento do fogo. </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyA2pfTj3vbEvgC9SZnlSg0__5nU5Fq0GmNlxvEDoYMkp8gUhK6E9qsSi958gBiVWwd59ZAr6Pv60tLqhJTsMyjL4AA8hAxWrqf8oVP_MmXDhYFNcJ8_5yRKj7JB_L3F55SBRWWOW1tF0/s1600/DSC05279.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyA2pfTj3vbEvgC9SZnlSg0__5nU5Fq0GmNlxvEDoYMkp8gUhK6E9qsSi958gBiVWwd59ZAr6Pv60tLqhJTsMyjL4AA8hAxWrqf8oVP_MmXDhYFNcJ8_5yRKj7JB_L3F55SBRWWOW1tF0/s400/DSC05279.JPG" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
A Mesopotâmia. Vejam se não é o Michael Jackson dentro do Zigurate. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgk0QZpNUuHE96O8cvCusDXT9oIHd9D-rZSiuGZbMkPoHh7byCvKEdcz3g5k-CfPq98phSiUasnerS6JCecot11LDg9m2wR1ay0tnKJ39cnfdaZwWNq2od8FRaaVOl4BhC2T9QVr6-brI/s1600/DSC05278.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgk0QZpNUuHE96O8cvCusDXT9oIHd9D-rZSiuGZbMkPoHh7byCvKEdcz3g5k-CfPq98phSiUasnerS6JCecot11LDg9m2wR1ay0tnKJ39cnfdaZwWNq2od8FRaaVOl4BhC2T9QVr6-brI/s400/DSC05278.JPG" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
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O Egito com as pirâmides e o Rio Nilo. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZH4F87U01Il4OwlpqUjpm9Ly4GSXqXwg6GAX_WnSSwwBFkyPF3fIpPPTRS18Z057y_CuXYn2NjNKpnY-qSFaGgjGwLkhgPfUHcZ9oaWp2zdvj8_b8Q89S1TJjxY3ETl7RaODKWnPRjEA/s1600/DSC05271.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZH4F87U01Il4OwlpqUjpm9Ly4GSXqXwg6GAX_WnSSwwBFkyPF3fIpPPTRS18Z057y_CuXYn2NjNKpnY-qSFaGgjGwLkhgPfUHcZ9oaWp2zdvj8_b8Q89S1TJjxY3ETl7RaODKWnPRjEA/s400/DSC05271.JPG" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
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Mais uma do Egito com as múmias e o Rio Nilo feito de gel para cabelo. O tamanho do boneco que representa o faraó se explica pelo fato dele ser o mais importante na sociedade. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKnlZGLikFDc7bETs0ZYqv0vWWgIx1iGjFtemYihvu2l163ukDHdDpqMD4b2oNnym_D1R5ntVPLEeWHtjRR5vSG7WibaP90bJ2h6ZfFE10S23LJlDqrkuST_papOYAF0qzrqGZErc5aGs/s1600/DSC05280.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKnlZGLikFDc7bETs0ZYqv0vWWgIx1iGjFtemYihvu2l163ukDHdDpqMD4b2oNnym_D1R5ntVPLEeWHtjRR5vSG7WibaP90bJ2h6ZfFE10S23LJlDqrkuST_papOYAF0qzrqGZErc5aGs/s400/DSC05280.JPG" width="400" /></a></div>
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Outra do Egito feito com areia de verdade. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjecVmElU1NzXdHwIA3MMCAWLHpe4VDi1s6OJL-E4datmC2_q06IDf48BtaVn3u-qRLonRhDHQCV0chyphenhyphenQB67YNXsD2oaNsSeQl6Rnz-ayK_1wY_Qg9CEbGT8-TOdG83Xv5FKg1bkoSYp2k/s1600/DSC05283.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjecVmElU1NzXdHwIA3MMCAWLHpe4VDi1s6OJL-E4datmC2_q06IDf48BtaVn3u-qRLonRhDHQCV0chyphenhyphenQB67YNXsD2oaNsSeQl6Rnz-ayK_1wY_Qg9CEbGT8-TOdG83Xv5FKg1bkoSYp2k/s400/DSC05283.JPG" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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Mais uma do Egito. Quando eu perguntei se no Egito existia coqueiros, o aluno prontamente me respondeu: É uma miragem, professora! (rsrsrsr)</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaDQaZ8JJBo5_SBV8yqNI5sWtXWbAv2vwD3J-iAnWg4ESh25tX5s32fdyPpMCXNqJqW0YdlslWp-qmqLGFSBiB_S8Wy9wXhNbnU4jAn0nEruXn9hyphenhyphenrKhd3G4yf2Q8a4TKZPhmahzLmW2s/s1600/DSC05285.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaDQaZ8JJBo5_SBV8yqNI5sWtXWbAv2vwD3J-iAnWg4ESh25tX5s32fdyPpMCXNqJqW0YdlslWp-qmqLGFSBiB_S8Wy9wXhNbnU4jAn0nEruXn9hyphenhyphenrKhd3G4yf2Q8a4TKZPhmahzLmW2s/s400/DSC05285.JPG" width="400" /></a></div>
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<br /></div>
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Roma Antiga com as lutas de gladiadores e corridas de bigas. </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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Bem, as maquetes ficaram bem legais e a experiência valeu muito. Pelas caras dos alunos, parece que eles gostaram bastante e ficaram bem satisfeitos com os seus trabalhos. A auto-estima deles melhora muito quando são capazes de perceber o seu potencial e estimulados a dar o melhor de si. </div>
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<br /></div>
Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-46847396755175227842012-11-15T10:42:00.003-08:002012-11-15T10:44:29.473-08:00Fragmentos de Roma Antiga Tenho uma turma terça-feira à tarde que é terrível. Quer dizer, a pauta tem 52 alunos, porque o tempo todo entram e saem alunos da turma. Os que estão comigo desde o início do ano contam-se nos dedos. É uma turma de 6.º ano (1606) de alunos defasados em idade e aprendizagem e muito indisciplinados. Poucos se interessam por qualquer coisa que eu leve e como fico com eles três tempos de cinquenta minutos na terça-feira, as aulas costumam ser bastante cansativas.<br />
Percebi, entretanto, que eles gostam de trabalhos diversificados e essas aulas rendem mais. O problema é como fazer um trabalho com uma turma que não têm nenhum tipo de material? Comprar tudo? Pegar na escola? Às vezes dá certo, às vezes não.<br />
<br />
Como estávamos trabalhando com Roma Antiga pensei em propor um trabalho com mosaico. Dividi a turma em pequenos grupos, consegui emprestado umas tesouras e colas na escola e comprei papel colorido, uma cartolina de cada cor. Dividi o papel dando um pedaço de cada cor para cada grupo.<br />
<br />
Expliquei que o mosaico é uma técnica muito antiga produzida com pequenas pastilhas de cerâmica ou pedrinhas que são dispostas para formar uma imagem maior. Disse que os romanos antigos, que estamos estudando, gostavam muito da técnica e a usavam para decorar ambientes. Mostrei alguns mosaicos romanos, como os que estão abaixo:<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOZgjzvfIddXAkQZCjim7yYKhDI3jKRR3z1ur-VgNQv9H1Su6TF31bUSosPnMYjv6ZCldFw9NCxgWf7FEEQVwrBFCiYN78iKG8BbIK2eC-MvMRDzxggGfwo23TflLJ7XgNtp4mtiWTTtc/s1600/800px-Vichtenthalia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOZgjzvfIddXAkQZCjim7yYKhDI3jKRR3z1ur-VgNQv9H1Su6TF31bUSosPnMYjv6ZCldFw9NCxgWf7FEEQVwrBFCiYN78iKG8BbIK2eC-MvMRDzxggGfwo23TflLJ7XgNtp4mtiWTTtc/s320/800px-Vichtenthalia.jpg" width="320" /> </a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Mosaico do Império Romano em Vichten, em Luxemburgo, representando Tália, a musa da comédia</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Fonte: <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vichtenthalia.jpg">http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vichtenthalia.jpg </a></div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3pFbxkN4Mqm1ZxLW6fdX9GEnQJadTZJY1Wv6DquT9GiJhCM29VDHpQpzAf39QexH0DOIX1CVXAelT4T_fQGwrPK8abHO-xeZ71UWE1ssVP9aJ4GrH36GGZQSNTsxIUtOr_2DI6f8GEGo/s1600/i032.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3pFbxkN4Mqm1ZxLW6fdX9GEnQJadTZJY1Wv6DquT9GiJhCM29VDHpQpzAf39QexH0DOIX1CVXAelT4T_fQGwrPK8abHO-xeZ71UWE1ssVP9aJ4GrH36GGZQSNTsxIUtOr_2DI6f8GEGo/s320/i032.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
O poeta romano Virgílio (Século III)</div>
<div style="text-align: center;">
Fonte: <a href="http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0032">http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0032 </a> </div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Entreguei alguns desenhos para os grupos retirados desses sites: </div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.smartkids.com.br/desenhos-para-colorir/roma-antiga.html"><br /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.smartkids.com.br/desenhos-para-colorir/roma-antiga.html">http://www.smartkids.com.br/desenhos-para-colorir/roma-antiga.html </a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.midisegni.it/Port/storia_roma.shtml">http://www.midisegni.it/Port/storia_roma.shtml</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Expliquei que eles deveriam a partir daqueles desenhos produzirem mosaicos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O resultado foram esses mosaicos produzidos pelos meus romanos: </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFuHPBvqD4g_iPlTewMaNLtGDiwkQjHHS40v29suPnXaklj59aFq9WrpxxkhWXbWXF7u63n89psyR_P2D81laTTwERi6ZBoZwDWH_BA-sdGaxjKlOhbT8hRDxSOKiFD3yuZSFWsjyA9Qw/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFuHPBvqD4g_iPlTewMaNLtGDiwkQjHHS40v29suPnXaklj59aFq9WrpxxkhWXbWXF7u63n89psyR_P2D81laTTwERi6ZBoZwDWH_BA-sdGaxjKlOhbT8hRDxSOKiFD3yuZSFWsjyA9Qw/s320/4.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
A lenda da fundação de Roma ganhou novos contornos, pois mesmo que Rômulo e Remo fossem gêmeos, um era branco (ou rosa) e o outro negro (rsrsrs)</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4HJBXWdWBP9nGDGnU_y-zOHckhPxo1DMHkihKtdo86bxYTwEOROOVHfMy6e25pjUTaLaYwxOvrDfSI-EsWiTJe24oZC2EyUNgT2kQ-MSDZmwNYD_PgAqSKislL0GhF648CVZzxVFMIZw/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4HJBXWdWBP9nGDGnU_y-zOHckhPxo1DMHkihKtdo86bxYTwEOROOVHfMy6e25pjUTaLaYwxOvrDfSI-EsWiTJe24oZC2EyUNgT2kQ-MSDZmwNYD_PgAqSKislL0GhF648CVZzxVFMIZw/s320/1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
As classes sociais. Repare no chapéu do plebeu!</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7YzC0-ojbiOpeFWHal-WVYF9VBrTgxN1130qolbM-491s0ZsyJ5gRDaeX374Xzj_5nyF6wog255lpoUNtD9BYGOlManUvs71nkycDTay3WZ14LtFDEuF5mAAvsCeeAJeMY8i3YOsYDoc/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7YzC0-ojbiOpeFWHal-WVYF9VBrTgxN1130qolbM-491s0ZsyJ5gRDaeX374Xzj_5nyF6wog255lpoUNtD9BYGOlManUvs71nkycDTay3WZ14LtFDEuF5mAAvsCeeAJeMY8i3YOsYDoc/s320/2.jpg" width="232" /></a></div>
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Um autêntico capacete de soldado romano todo em ouro e prata. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNWoagf1tsgXb7r6cJR3y7zxKabhdLbGANeBceGwGvBy3JHHd27w_lpoz7LV1x9XpIGSECB_AC2PQxP0K72t2IPCwlymDVLrJjhQs3lrzcHpNAtWJdwWcHzg6PEtvlVs0pCB6pu2tNzPI/s1600/6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNWoagf1tsgXb7r6cJR3y7zxKabhdLbGANeBceGwGvBy3JHHd27w_lpoz7LV1x9XpIGSECB_AC2PQxP0K72t2IPCwlymDVLrJjhQs3lrzcHpNAtWJdwWcHzg6PEtvlVs0pCB6pu2tNzPI/s320/6.jpg" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
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<br />
O Coliseu. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivoXsQHQpCIqYEUzPY4LPPE67_HmajF6VZqUfGZDyfjJHjJLeB1oMHrOpcOCFt_4soI2ohFOJpnbDFcybkP322FTkGmacGao0-yDCK19qSwM1yc4N7VPROCdY8FVi_4QXiu1DotoAk2b0/s1600/8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivoXsQHQpCIqYEUzPY4LPPE67_HmajF6VZqUfGZDyfjJHjJLeB1oMHrOpcOCFt_4soI2ohFOJpnbDFcybkP322FTkGmacGao0-yDCK19qSwM1yc4N7VPROCdY8FVi_4QXiu1DotoAk2b0/s320/8.jpg" width="232" /></a></div>
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O gladiador pronto para combater dentro dele. </div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlZlwp9rjBAyf1xFgKNPKo_33lQBLxW9FfGL-k5n3rfpNIvvNuGuromEyUksfMr8mPSMfMnZvv992iFfYzQ1MfebN2zGXRwNS7WEY6erJ58z8GgtLEEv32pl-1HwBZnuYP-FkfnBnT1CY/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlZlwp9rjBAyf1xFgKNPKo_33lQBLxW9FfGL-k5n3rfpNIvvNuGuromEyUksfMr8mPSMfMnZvv992iFfYzQ1MfebN2zGXRwNS7WEY6erJ58z8GgtLEEv32pl-1HwBZnuYP-FkfnBnT1CY/s320/3.jpg" width="232" /></a></div>
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOyu1G1Gv49HDKC0cuCH-eeMUNDFiS6Iz0xnOS7U8WXPqd3y2AHCgm7-NxyS7V48AQ3xzN4SvXjVGw8u6Bd8-ehQaOU7oisQwtCjtp-wtfEL-b31DXsoGuqL3YVxRUuBtXWxs2om1thEg/s1600/7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOyu1G1Gv49HDKC0cuCH-eeMUNDFiS6Iz0xnOS7U8WXPqd3y2AHCgm7-NxyS7V48AQ3xzN4SvXjVGw8u6Bd8-ehQaOU7oisQwtCjtp-wtfEL-b31DXsoGuqL3YVxRUuBtXWxs2om1thEg/s320/7.jpg" width="232" /></a></div>
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Dois modelitos usados pelos soldados romanos. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAnHyIr7neXVEqcsRq39fLh43YZQFpPCIGPJYtbbR4DfeyfIYB2fZSZygm0VcP1FOGgabcrvzLse2cksVVRSFvbE4B-CTJJrBrDeudxKvezcsUp4pnQwRh0XeFsi0DIeI3oxpAg3a_PPI/s1600/5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAnHyIr7neXVEqcsRq39fLh43YZQFpPCIGPJYtbbR4DfeyfIYB2fZSZygm0VcP1FOGgabcrvzLse2cksVVRSFvbE4B-CTJJrBrDeudxKvezcsUp4pnQwRh0XeFsi0DIeI3oxpAg3a_PPI/s320/5.jpg" width="320" /></a></div>
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As residências romanas. </div>
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<br /></div>
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Acho que os trabalhos ficaram muito bons. Acho que eles aprenderam muito com os mosaicos e gostaram de fazer. Pelo menos, achei que se envolveram com o trabalho. </div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<span id="goog_1246519921"></span><span id="goog_1246519922"></span><br /></div>
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<br /></div>
<br />
<br />Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-17629145847031812382012-11-15T09:00:00.002-08:002012-11-15T09:27:50.026-08:00A África de Kiriku Bem, o fim do ano chegou. Novembro veio e o blog anda meio abandonado. Muito a fazer e pouco tempo. Aulas para dar, provas para corrigir, cursos para montar, estágios para organizar, uma bolsa de pesquisa a se conseguir, apartamento para reformar, prova da autoescola para passar... Enfim... Estou aqui aproveitando o feriado para tentar colocar em dia as postagens, pois não escrevia desde setembro. Sempre é tempo para se corrigir.<br />
Hoje vou falar para vocês de um achado sensacional, capaz de prender a atenção até mesmo das turmas mais terríveis (como mostra a experiência da professora Ana Lúcia, da sala de leitura da escola). Estou falando do desenho "Kiriku e a feiticeira".<br />
Em maio/junho tive que dar aula de África negra antes da chegada dos europeus para os alunos de 7.º ano. Não sabia muito bem o que fazer para aproximar os alunos dos conteúdos. Já mostrei aqui como fiz no ano passado para familiarizar os alunos com a ideia de<a href="http://aartedehistoriar.blogspot.com.br/2011/09/e-as-angolanas-sao-bonitas.html"> África,</a> mas sentia que necessitava fazer algo diferente com essas turmas de alunos mais novos e mais imaturos. <br />
Me incomoda um pouco a forma com que os livros didáticos abordam a África antes da chegada dos europeus, mostrando o Império do Mali e o Reino do Congo. Acho que a ideia é a seguinte: se estudamos a história política europeia, os seus reinos e impérios, por que não fazer o mesmo com a África?<br />
Acho importante mostrarmos que na África existiam reinos, impérios, mas acho que isso fica muito distante do cotidiano dos nossos alunos. Me sinto mal quando falo da formação dos reinos ibéricos porque acho que não faz o mínimo sentido para eles. Por que com o Reino de Mali e do Congo seria diferente? Precisava de um plano B se quisesse mostrar para eles a importância das histórias na África, o valor que eles dão aos idosos, o modo de vida em aldeias, as vestimentas, enfim, se quisesse aproximar os alunos de pelo menos parte da cultura das Áfricas.<br />
Já conhecia "Kiriku e a feiticeira" e resolvi passar o filme inteiro para eles antes de qualquer discussão. E foi muito produtivo. Todos prestaram a maior atenção. Eles A-D-O-R-A-R-A-M! Não imaginei que um filme com uma história assim, tão diferente dos clássicos da Disney ao qual eles estão acostumados, pudesse fazer tanto sucesso.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/x-DgTQiHKdE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
Discutimos pontos fantasiosos da história, como o fato do menino nascer falando ou crescer tão rapidamente. Mostrei a eles que o filme foi inspirado em uma lenda africana e que as lendas podem trazer elementos fanstásticos ou mágicos. Achei que o filme também seria importante por mostrar um heroi que foge
dos padrões tradicionais, pois é um menino pequeno e negro e uma feiticeira má por conta das circunstâncias às quais foi submetida e não por essência.<br />
<br />
Em seguida pedi para eles observarem a aldeia de Kiriku, as vestimentas, a importância da água para as pessoas que viviam nela. Pedi também que escrevessem qual a lição que eles achavam que era principal no filme. Reproduzo abaixo alguns trechos do que eles escreveram (CUIDADO, SPOILERS!): <br />
<br />
"A lição que o filme traz é que grandes ou pequenos, nós podemos ajudar."<br />
M. (turma 1702)<br />
<br />
"Uma mulher da tribo tem um bebê muito pequeno que ajuda as pessoas para elas não serem pegas pela feiticeira. Todos têm medo da feiticeira, até que Kiriku quis descobrir porque ela era má. Ele descobriu que ela era assim, pois tinham fincado uma estaca nas costas dela. Ele foi até lá e conseguiu arrancar a estaca e ela ficou boa. A feiticeira beijou Kiriku e ele cresceu. Eles viveram felizes para sempre." <br />
G.L. e M. R. (turma 1702)<br />
<br />
"Para eles a água eram importante para fazer suas tarefas e suas necessidades. Exemplo: tomar banho e fazer comida."<br />
R. e S. (turma 1702)<br />
<br />
"As casas são de palha e parecidas com as dos índios, só que mais finas"<br />
R. e J. (turma 1702) <br />
<br />
Esse blog traz cenas do filme para colorir.<br />
<br />
<a href="http://solangepedag.blogspot.com.br/2009/09/cenas-do-filme-kiriku-e-feiticeira-para.html">http://solangepedag.blogspot.com.br/2009/09/cenas-do-filme-kiriku-e-feiticeira-para.html</a><br />
<br />
O filme Kiriku foi interessante para introduzir o conteúdo de África de uma forma lúdica e mais próxima dos alunos. Deixei uma cópia do filme na sala de leitura e a professora usou com uma turma de 7.º ano muito agitada da tarde. Ela disse que os alunos ficaram hipnotizados. O filme é bom, a diversão é garantida e com um trabalho bem feito pode servir como uma ponte entre os alunos e aspectos da cultura africana.<br />
<br />
Não custa tentar, pois como diz um ditado africano: "É tentando muitas vezes que o macaco aprende a pular da árvore". (LOPES, Nei. Kitábu: o livro do saber e do espírito negro-africanos. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2005, p. 67 Apud BOULOS, Afredo. História, Sociedade e Cidadania. 7.º ano. São Paulo FTD, 2009. p. 72) Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-91970967870343617222012-09-01T12:36:00.002-07:002012-11-15T10:48:38.615-08:00Os índios só existiram no Brasil até 1500?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
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</div>
<div>
Conversando com a minha irmã, que é professora de educação infantil nos questionávamos por que nas séries iniciais do ensino fundamental os povos indígenas eram sempre retratados no Dia do Índio de forma estereotipada e simplificadora, como se existisse uma essência, uma imagem que dissesse respeito a todos os povos indígenas brasileiros.<br />
Essa visão é ainda hoje muito divulgada por produções culturais voltadas para o público infantil. Tipo, a música "Brincar de índio" da Xuxa.<br />
<br />
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/2v5n7Q8oK0Q?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
Qual não foi minha surpresa ao preparar uma aula sobre os povos indígenas do Brasil e perceber que muitas das ideias sobre o índio que nos foram ensinadas nos primeiros anos da escola ainda permanece no "coração" e nas "mentes" das pessoas. Não é à toa que os pesquisadores de ensino de História são veementes em afirmar que as interpretações veiculadas nos nossos anos de escolarização nos acompanham por muitos anos.<br />
<br />
Percebi isso ao ver o vídeo da TV Escola "Índios no Brasil - Quem são eles?". Ao serem perguntados sobre os índios no Brasil, as pessoas veiculam preconceitos ainda muito difundidos (embora o vídeo seja da década de 1990): "que vivem nas matas", "caçam", "pescam", "são preguiçosos", "são selvagens, quase bichos", "não existem mais", "o índio quando sai de sua tribo deixa de ser índio".<br />
<br />
Para trabalhar com os meus alunos de 7.º resolvi partir desse vídeo e identificar as visões essencializadas mais comuns sobre os índios. Pedi que me dissessem antes da exibição do vídeo o que eles sabiam sobre os índios no Brasil. Muitas das visões dos alunos eram bem parecidas com as visões veiculadas no vídeo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://3.gvt0.com/vi/HA_0X2gCfLs/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/HA_0X2gCfLs&fs=1&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><embed width="320" height="266" src="http://www.youtube.com/v/HA_0X2gCfLs&fs=1&source=uds" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
<br />
<br />
Um dos trechos mais interessantes é quando é perguntado a uma menina com claras feições indígenas se ela era índia e a resposta é negativa. Entretanto, quando é perguntado a ela o que ela é ela não sabe responder.<br />
Fizemos um debate em torno das questões vistas no vídeo: Se um índio sai de sua tribo e vai viver na cidade, ele deixa de ser índio? Os povos indígenas desaparecerão no Brasil? Engraçado perceber como os estereótipos ainda têm força.<br />
<br />
Trabalhei com os alunos o material de um suplemento da revista Recreio sobre algumas das etnias indígenas que vivem no Brasil.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2F7JVm9BTTGyiZMMbr1kFz4We7VGHGHsyCDsZrNSxbv82kHl74wGrq9zzo_dXdX0c4VQ3vAmCnzueTKaP8y0EmqS3ZFgp1heyPg95fLKpkkULhp-bZfys35MhwgcBUaftcAR3ZEsIjKc/s1600/dia+do+%25C3%25ADndio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2F7JVm9BTTGyiZMMbr1kFz4We7VGHGHsyCDsZrNSxbv82kHl74wGrq9zzo_dXdX0c4VQ3vAmCnzueTKaP8y0EmqS3ZFgp1heyPg95fLKpkkULhp-bZfys35MhwgcBUaftcAR3ZEsIjKc/s320/dia+do+%25C3%25ADndio.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
O material foi disponibilizado nesse blog: </div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://escola-zezito.blogspot.com.br/2009/04/19-de-abril-dia-do-indio.html">http://escola-zezito.blogspot.com.br/2009/04/19-de-abril-dia-do-indio.html</a><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
E com a música "Pindorama" do grupo Palavra Cantada. </div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/hpgaeO5it08?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>
<br />
Uma das coisas que mais me incomoda na forma como os indígenas são tratados é que eles são mostrados com uma ingenuidade e incapacidade intrínsecas. Mesmo a explicação recorrente da substituição da mão-de-obra indígena pela africana se fez durante muitos anos baseada na inadaptabilidade (essa palavra existe?) do indígena ao trabalho pesado nas lavouras de cana. Essa visão do indígena como um ser retrógrado, incapaz, que deve ser protegido ainda persiste nos dias de hoje, como mostram algumas visões presentes no vídeo. Os índios fazem parte da natureza morta e como as árvores necessitam ser salvos.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYEuaY-KFfnU0fWTggqGpvG_TfpjggJVdAcIOSLcdDvmU38btdV-s6eYd3vK5pUXUy_WcKzVUgGa_j2GuYleJ3BH3RSRausRXqZ2jD9H5aprCPW8p47Yv2CWEA99z1552TVJiMp-Ns7oo/s1600/Imagem1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYEuaY-KFfnU0fWTggqGpvG_TfpjggJVdAcIOSLcdDvmU38btdV-s6eYd3vK5pUXUy_WcKzVUgGa_j2GuYleJ3BH3RSRausRXqZ2jD9H5aprCPW8p47Yv2CWEA99z1552TVJiMp-Ns7oo/s320/Imagem1.jpg" width="278" /></a></div>
<br />
<br />
Lembro que um dos momentos mais marcantes da faculdade de História, foi quando tive a oportunidade de conhecer o livro do antropólogo francês Pierre Clastres, "A sociedade contra o Estado". Na coletânea de textos, Clastres (um anarquista, segundo meu professor de História da América I) afirma que a sociedade civil pode prescindir da figura do Estado e para demonstrar a sua tese analisa a experiência de povos indígenas da América do Sul. Para o autor, as sociedades indígenas não seriam menos evoluídas por não contarem com a presença de um Estado centralizado. O autor vai ainda mais longe ao afirmar que as sociedades indígenas possuem mecanismos culturais que impedem o aparecimento de figuras de chefias com poder concentrado. Nesse sentido, tais sociedades não estariam em um "processo de evolução" que favoreceria o aparecimento de um estado, mas estariam quase conscientemente "contra" o aparecimento desse Estado, uma vez que ele não apresentaria uma evolução e sim o contrário.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiixPxiqVUQt8uoxgMcLaHbmcGUfY7BG_cAHf19RdQY0_QX7h3x_crpiUJeUv2_UBJOCoSy5drnI8lKyBvSexKAtjstBRwLoWuJ132qFwy5t4-VcG_u-skZDkIxAmEZejaoaxiCSrfUZz8/s1600/10654g.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiixPxiqVUQt8uoxgMcLaHbmcGUfY7BG_cAHf19RdQY0_QX7h3x_crpiUJeUv2_UBJOCoSy5drnI8lKyBvSexKAtjstBRwLoWuJ132qFwy5t4-VcG_u-skZDkIxAmEZejaoaxiCSrfUZz8/s320/10654g.jpg" width="219" /></a></div>
<a href="http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/ObraSinopse/10654/A-sociedade-contra-o-Estado.aspx">http://editora.cosacnaify.com.br/ObraSinopse/ObraSinopse/10654/A-sociedade-contra-o-Estado.aspx</a>
<br />
<br />
Assim, ao pensar em conteúdos que poderiam simplificar essa visão para os alunos e mostrar que os indígenas não necessariamente estão em uma escala evolutiva inferior, me lembrei de um projeto desenvolvido pelo professor de História do meu irmão (que hoje tem 22 anos) sobre a cosmologia do povo indígena Kalapalo.<br />
<br />
O projeto foi desenvolvido pelo professor César Lemos e apresentado na I Feira de Ciências da Fundação<br />
Planetário e da 2ª Coordenadoria Geral de Educação no ano de 2003. O trabalho mostrou por meio do estudo da visão de mundo dos indígenas Kalapalo que os índios podem sim, criar ciência.<br />
<br />
Segundo o aluno Douglas Galeno do Vale, na época com 13 anos, monitor da exposição ocorrida em 2003 e orgulho da mana, “Há tribos que fazem ciência ao investigar, por exemplo, que tipo de árvore (casca) se adequa à construção de uma canoa. Eles investigam e criam a tecnologia ao produzir a embarcação”. Outra aluna participante do projeto afirma: “Foi bacana perceber que ciência não é só tecnologia. Há várias maneiras de se fazer ciência e muitos temas que inspiram uma investigação científica”.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS8_aOS04d_C8CHfYUWP-IFh6nhXIywUKwekaKM0TpiTwI38HMsU3IY3UxnbY6oeqyqIC2wllCHQv-dB9-a2a4kDB4YojkxOFgNf9a9LFd87ZUKvOrk40X1cyWbCg5HHIxqWHWeu3xwVY/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="301" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS8_aOS04d_C8CHfYUWP-IFh6nhXIywUKwekaKM0TpiTwI38HMsU3IY3UxnbY6oeqyqIC2wllCHQv-dB9-a2a4kDB4YojkxOFgNf9a9LFd87ZUKvOrk40X1cyWbCg5HHIxqWHWeu3xwVY/s400/Sem+t%C3%ADtulo.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Maquete do projeto "O céu dos índios Kalapalo"</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
A experiência completa do trabalho sobre os índios Kalapalo, bem como os outros projetos que foram destaque da mostra pode ser acessada aqui: <a href="http://portalmultirio.rio.rj.gov.br/portal/_download/revista17.pdf">http://portalmultirio.rio.rj.gov.br/portal/_download/revista17.pdf</a></div>
<br />
O importante, é encontrar jeitos de mostrar para os alunos que os indígenas são capazes de produzir conhecimentos válidos. Eles são capazes de pensar, de refletir e de agir sobre o mundo que os cerca. Eles não são apenas um dos elementos exóticos integrantes da nossa nacionalidade. Eles não estão apenas no passado e as recentes questões em torno das demarcações das terras indígenas são uma prova de que os índios são mais que capazes de agir e lutar pelo que é seu por direito. Afinal, eles além de indígenas, também são brasileiros.<br />
<br /></div>
Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-52197569456881349182012-08-25T06:28:00.000-07:002012-08-25T06:29:22.976-07:00Quadrinhos, melhor não lê-los em sala...Mas se não lê-los, como sabê-los?Gente, uma das minhas maiores frustrações é que eu simplesmente ADORO quadrinhos, mas nunca consegui passar de forma satisfatória para os meus alunos essa minha paixão. Certa vez, quando dava aula de CEST para o sétimo ano (era para ser reforço de Português e Matemática, mas o que eu fazia mesmo era discutir valores) resolvi passar o filme "Escritores da Liberdade", como eles se interessaram pelo filme, resolvi abordar mais a fundo a temática do Holocausto. Para isso, me utilizei de fragmentos do livro "O Diário de Anne Frank" e da história em quadrinhos "Maus: a história de um sobrevivente", de Art Spiegelman. Maus, que significa "rato" em alemão é a história de um judeu polonês que sobreviveu no campo de concentração de Auschwitz. Art, autor do quadrinho é filho desse judeu, chamado Vladek Spiegelman e ganhou vários prêmios, como o Pulitzer, feito memorável para um livro de quadrinhos. Mas, mais do que os prêmios que o fizeram famoso, Maus é um quadrinho psicológico, que tem um estilo sujo e uma das maiores graças (se é que pode haver alguma graça em tratar do Holocausto) é a representação dos personagens como animais: judeus são ratos, nazistas são gatos, norte-americanos são cães, poloneses são porcos e franceses são sapos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Z8rtbl3gPoHPEyGY5vE395PtJfkA0_-xn5Bni1rUsKVpxdjOYKiD4XxgpCgYo1N8X2S-iT0uz73N5UETgs7dRoRDFFpwzb35OOqj-mosBbIJYpGg3lBr0PeqLKW3bQ95OTBy06XdIPQ/s1600/200x200_8535906282.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Z8rtbl3gPoHPEyGY5vE395PtJfkA0_-xn5Bni1rUsKVpxdjOYKiD4XxgpCgYo1N8X2S-iT0uz73N5UETgs7dRoRDFFpwzb35OOqj-mosBbIJYpGg3lBr0PeqLKW3bQ95OTBy06XdIPQ/s1600/200x200_8535906282.jpg" /></a></div>
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Achei que eles iam gostar, mas não gostaram. Acharam chato, acharam os desenhos feios. Não entenderam a proposta. Na época, como professora iniciante, não fui atrás das causas do insucesso, mas hoje, pensando bem, acho que os alunos não estão acostumados a esse formato de história em quadrinhos mais sombrio, herdeiro das HQs norte-americanas, estilo Marvel e DC Comics. Como eu disse, não há como tratar do Holocausto de forma cômica e esse é o maior mérito de Maus. Mesmo sendo um quadrinho, consegue passar toda a angústia e os questionamentos vividos pelo personagem, que não consegue entender toda a avareza e rabugisse do seu pai. É impossível ter vivido a experiência de Auschwitz sem ficar com marcas indeléveis.<br />
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No Brasil, as produções mais famosas no gênero são infantis e cômicas (vide Maurício de Souza e Ziraldo). Não conheço nenhum quadrinho brasileiro que seja no estilo "Maus". Mas ainda assim, gostaria de tentar mais, de buscar outras formas de trabalhar com os quadrinhos, de trabalhá-los em sala como gênero textual.<br />
Estou pensando em trabalhar novamente com Maus e com "V de Vingança", dessa vez com o 9.º ano. Estou novamente enfrentando o tema do Holocausto e quem sabe com alunos mais velhos a ideia não vinga? <br />
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Acredito que "V de Vingança" tem potencial para dar ideia aos alunos dos regimes totalitários. Os alunos conhecem a história por causa do filme lançado em 2006. Seria ótimo poder fazer um contraponto entre as duas linguagens, mas a escassez de tempo atrapalha. Além disso, a popularidade da máscara de Guy Fawkes em protestos recentes pelo mundo afora, parece ótima para mobilizar os alunos em torno de temáticas como a cidadania e a consciência política agora em tempos de eleições.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY-uWkSEThyphenhyphenm-jSX7rJNI485rUmw8n8aCVSXvEq-8iy5IHHzulNIJ_pLkfTbE8u5NNbuc9-t8ordCW7vV2eD_R3IqsyhOiCE7NPvisPPG6HTlhnOgIc2olEm5slm053CuwJw0sG-_vXNY/s1600/v_de_vinganca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjY-uWkSEThyphenhyphenm-jSX7rJNI485rUmw8n8aCVSXvEq-8iy5IHHzulNIJ_pLkfTbE8u5NNbuc9-t8ordCW7vV2eD_R3IqsyhOiCE7NPvisPPG6HTlhnOgIc2olEm5slm053CuwJw0sG-_vXNY/s1600/v_de_vinganca.jpg" /></a></div>
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Vamos ver o que consigo fazer. Como sugestão, deixo aqui alguns links de História em Quadrinhos que podem ser utilizadas para trabalhar temáticas no ensino de História.<br />
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Abaixo, uma sequência didática elaborada pelo LEMAD, Laboratório de Ensino e Material Didático da USP que dá sugestões de como trabalhar a atuação dos Estados Unidos nas guerras, no século XX, a partir dos quadrinhos:<br />
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<a href="http://lemad.fflch.usp.br/node/1650">http://lemad.fflch.usp.br/node/1650</a>
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Nesse caso, são utilizadas as HQs do Capitão América, Super-Homem, entre outras.<br />
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A Proclamação da República contada pela simpática Turma da Mônica. Acredito que essa tem potencial para despertar o interesse dos alunos, uma vez que já é uma HQ conhecida deles.<br />
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<a href="http://emefmiguelcouto.blogspot.com.br/2011/11/proclamacao-da-republica-em-quadrinhos.html">http://emefmiguelcouto.blogspot.com.br/2011/11/proclamacao-da-republica-em-quadrinhos.html</a>
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Quadrinhos disponíveis para download sobre várias temáticas e tempos históricos.<br />
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<a href="http://historianreldna.pbworks.com/w/page/49091100/HIST%C3%93RIA%20E%20QUADRINHOS">http://historianreldna.pbworks.com/w/page/49091100/HIST%C3%93RIA%20E%20QUADRINHOS</a>
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Histórias em quadrinhos têm potencial para transformar as aulas em momentos mais divertidos, só não sei ainda como utilizar essa ferramenta de forma mais satisfatória. Se alguém quiser experimentar e contar sua experiência aqui, o espaço é aberto. Por ora, espero que divirtam-se com os quadrinhos indicados. Asseguro que vale à pena!<br />
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<br />Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-54594733739485825222012-08-25T05:29:00.001-07:002012-08-25T05:29:20.426-07:00Eco-arraiá do GonzagãoBem, amigos, mais uma vez fiquei um período maior do que gostaria sem escrever no blog. Hoje vim contar para vocês sobre um evento que aconteceu na escola mês passado (mais precisamente no dia 12 de julho), a nossa Festa Julina.<br />
A ideia inicial da coordenadora era fazer um Arraiá ecológico e que homenageasse Luiz Gonzaga. Até aí tudo bem. Mas como mobilizar os alunos em prol da festa? Eles adoram competição, então, o jeito encontrado foi fazer uma gincana entre as turmas. A turma que conseguisse mais prendas para as barracas e fizesse mais bandeirinhas para enfeitar a festa ganharia um passeio. Cada professor se tornaria responsável por ajudar a turma nas barracas de brincadeiras e na gincana. Os professores e pasmem, os alunos também, se engajaram verdadeiramente no projeto. Merece destaque a atuação do Grêmio da escola, que desempenhou de maneira excepcional o seu trabalho de fazer a contagem de pontos da gincana.<br />
Por aproximadamente duas semanas a escola girou em torno disso. Os trabalhos tinham por tema festa junina, Luiz Gonzaga e sustentabilidade (tema da moda) e serviram para enfeitar o pátio da escola. Para cada turma foi sorteada uma música de Luiz Gonzaga e os alunos tinham que elaborar uma paródia cujo tema fosse sustentabilidade. As paródias ficaram sensacionais.<br />
Fui escolhida pela turma 1801, com muita surpresa, para ser a professora madrinha da turma. Desde o ano passado tenho alguns problemas com essa turma em sala. Faço malabarismo todas as aulas para tentar prender a atenção deles. Embora eles sejam uma turma que gosta de trabalhar e trabalha bem em equipe, as aulas expositivas com eles, por mais que eu me esforçasse, nunca funcionaram.<br />
Eles são mesmo surpreendentes e se engajaram de uma forma que eu nunca vi. Resolvi embarcar nessa também. Ajudei a confeccionar o letreiro da barraca, consegui pneus, material reciclável, comprei tinta e fizemos uma pescaria ecológica, cujo objetivo era pescar o lixo do rio. Detalhe: o nosso rio era feito com pneus. Uma ideia que foi tirada da<a href="http://colunas.imirante.com/platb/anapaula/2011/05/06/criatividade-e-tudo/"> internet.</a><br />
Das outras barracas, infelizmente, não sobraram fotos, uma vez que aconteceu um problema com a máquina da escola, mas a festa foi um sucesso. Todas as barracas tiveram uma temática sustentável. Teve casamento na roça (ensaiado com a professora Rosa de teatro), quadrilha, barraca de comidas típicas e barracas de brincadeiras (tudo organizado e gerenciado pelos alunos). Deixo aqui as fotos da barraca da pescaria, que foram tiradas do meu celular:<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBZIQHgwsrSHqxxVfxnymR1GzUhnjr0_4ByBAqrKzZ5Kgd1hhmcCRQmsLkKbdgBexT8cwS3POtpivDUkterQXCaPamAaWw-Yh2GNjEh8L_G0q7Wx5zp4DhkM7YC65twbPhr11TqT8y6lU/s1600/Foto0188.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBZIQHgwsrSHqxxVfxnymR1GzUhnjr0_4ByBAqrKzZ5Kgd1hhmcCRQmsLkKbdgBexT8cwS3POtpivDUkterQXCaPamAaWw-Yh2GNjEh8L_G0q7Wx5zp4DhkM7YC65twbPhr11TqT8y6lU/s1600/Foto0188.jpg" /></a></div>
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Letreiro feito com revistas pelos próprios alunos da turma 1801. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6Mii0O-tkvGEgVa04fSXeVSPjkQAB__c86Ot_EyvJsd7Az5MyNRRYnFEmiJkyJHxHQm7PGNjEQgKTS0Vu9lpNfwPsiJXaHj0lcyjRVr2wAWami7Z7JbelpenklTfepwP1P8wJBoQcHt4/s1600/Foto0190.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6Mii0O-tkvGEgVa04fSXeVSPjkQAB__c86Ot_EyvJsd7Az5MyNRRYnFEmiJkyJHxHQm7PGNjEQgKTS0Vu9lpNfwPsiJXaHj0lcyjRVr2wAWami7Z7JbelpenklTfepwP1P8wJBoQcHt4/s1600/Foto0190.jpg" /></a></div>
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Os pneus que conseguimos em uma borracharia próxima à escola pintados por mim e pelos alunos. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9f5d4hkbhUREzjrGjKI6oALUbGyabOrWeCzdJlUd3WKLMw_4wVjuiBpQP_haaoJKTE6mvIZuxTbnpMLDFbjjoq-NBwGTG7Eu9b9UnkRGCKD7d5yP615o-T39bjgqAwVyC5N1s5rp56bw/s1600/Foto0189.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9f5d4hkbhUREzjrGjKI6oALUbGyabOrWeCzdJlUd3WKLMw_4wVjuiBpQP_haaoJKTE6mvIZuxTbnpMLDFbjjoq-NBwGTG7Eu9b9UnkRGCKD7d5yP615o-T39bjgqAwVyC5N1s5rp56bw/s1600/Foto0189.jpg" /></a></div>
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Os alunos na barraca. </div>
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A festa foi divertidíssima para os alunos e para nós professores e mostrou que nem só de sala de aula vive uma escola. Meu relacionamento com a turma 1801 melhorou muito depois da festa. Essa experiência mostrou que é possível levar à frente um projeto coletivo quando todos se mobilizam em torno disso. </div>
Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-65672804824640109912012-06-17T10:58:00.001-07:002012-11-15T09:29:07.662-08:00Hoje o tempo voa, escorre pelas mãos...<div style="text-align: justify;">
Esses dias estava pensando em um filme para passar para o 8.º ano, uma vez que eles estavam me cobrando. Estava esperando a oportunidade, quando veio o assunto: Revolução Industrial. Um dos melhores filmes que conheço para trabalhar com o assunto é o clássico "Tempos Modernos", de Charles Chaplin. Eu mesma vi o filme na escola e conheci Chaplin a partir do mesmo. Na época achei genial. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje em dia, os alunos conhecem muita coisa, tem acesso a muita coisa, mas apresentar um filme quase mudo para eles introduz uma linguagem diferente, à qual eles não estão acostumados. Não sei o motivo, mas Chaplin consegue chegar até eles. Acho que eles vão gostar. O filme na íntegra está no Youtube: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://3.gvt0.com/vi/D_kpovzYBT8/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/D_kpovzYBT8&fs=1&source=uds" />
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<param name="allowFullScreen" value="true" />
<embed width="320" height="266" src="http://www.youtube.com/v/D_kpovzYBT8&fs=1&source=uds" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Atenção especial deve ser dada aos trechos iniciais do filme, em que aparece um relógio e um rebanho de ovelhas. Já trabalhei com a explicação da Revolução Indistrial previamente e tratei das mudanças introduzidas na produção e na vida das pessoas. Expliquei que para os trabalhadores a mudança para as cidades significou a adoção de novos hábitos, como a marcação do tempo pelo relógio e não mais pelos ciclos da natureza. Fiz um paralelo com os tempos de aula na escola e pelo filme eles poderão perceber que as fábricas também tinham um sinal sonoro para avisar os trabalhadores dos horários de entrada, trabalho, pausa e saída. Perguntei se eles conseguiam imaginar a nossa vida sem relógios nos dias de hoje. A maioria disse que não, pois tudo é marcado pelo relógio, inclusive o horário da novela na televisão (risos). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outros pontos que podem ser abordados e que são muito presentes no filme são a divisão do trabalho, na qual cada trabalhador realizava uma etapa processo, a desumanização do trabalhador, sua coisificação, a glorificação do trabalho e o desemprego como degradação do homem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Importante também atentar que, embora o filme seja de 1936 e tente retratar uma realidade da época pós-crise de 1929, as cenas iniciais das fábricas mostram situações e conflitos que começaram a se gestar no século XVII com o surgimento das fábricas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em seguida, pretendo discutir com os alunos esses pontos, retomando-os a partir do fragmento de "O nascimento das fábricas" de Edgar de Decca: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Dentre todas as utopias criadas a partir de século XVI, nenhuma se realizou tão desgraçadamente como a da sociedade do trabalho. Fábricas-prisões, fábricas-conventos, fábricas sem salário, que aos nossos olhos adquirem um aspecto caricatural, foram sonhos realizados pelos patrões e que tornaram possível esse espetáculo atual de glorificação do trabalho. Para se ter uma idéia da força dessas utopias realizadas impregnando todos os momentos da vida social a partir do século XVIII, basta considerarmos a transformação positivo do significado verbal da própria palavra trabalho, que até a época Moderna sempre foi sinônimo de penalização e de cansaços insuportáveis, de dor de esorço extremo, de tal modo que a sua origem só poderia estar ligada a um estado extremo de miséria e de pobreza. <br />
<br />
Introjetar um relógio moral no coração de cada trabalhador foi a primeira vitória burguesa, e a fábrica pareceu desde logo como uma realidade estarrecedora onde esse tempo útil encontrou o seu ambiente natural, sem que qualquer modificação tecnológica tivesse sido necessária. Foi através da porta da fábrica que o homem pobre, a partir do século XVIII, foi introduzido ao mundo burguês”. <br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(Edgar de Decca. O Nascimento das fábricas. São Paulo: Brasiliense. 1985. p. 10)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
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Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-60886121685914430162012-06-08T06:38:00.002-07:002012-11-15T09:31:27.031-08:00"A onda" ou o fascismo está em nós.Quando eu estava ainda no ensino fundamental, no colégio municipal em que estudei, tive um professor de Geografia que era literalmente "o cão chupando manga". Na primeira prova dele apenas cinco pessoas (de uma turma de mais de 30) se safaram de tirar notas vermelhas. Com ele, tive a minha primeira experiência de fazer trabalhos em grupo de verdade, nos quais o grupo tinha que se reunir para pesquisar a fundo um assunto e organizar verdadeiramente os resultados da pesquisa. Obviamente, a maioria dos alunos não gostava dele. Eu não tinha uma opinião formada. Sempre gostei de estudar e sempre gostei de Geografia (não é à toa que enveredei pelo caminho da disciplina irmã, História) e não via problemas em "perder" o meu tempo com os trabalhos e provas. Entretanto, nunca gostei da maneira arrogante com a qual ele lidava com os alunos, como se fossem idiotas. <br />
Eu mesma senti isso na pele uma vez quando tentei participar de uma aula sobre a Alemanha. Tentando mostrar que já tinha ouvido falar sobre o assunto nazismo, mencionei que vira na televisão um filme sobre uma moça alemã que escondeu judeus em casa e assim salvara a vida deles. Eu não me lembro o nome do filme. Meu professor disse secamente que nós não deveríamos ver esses filmes que mostravam alemães salvando a vida de pobres judeus, pois eles eram tendenciosos. Obviamente, naquela época não entendi muito bem o motivo dessa "proibição", entretanto, hoje entendo muito bem.<br />
<br />
Naquela época, o filme mais famoso sobre o Holocausto era <i><b>"A Lista de Schindler</b></i>", juntando A + B poderíamos pensar, do alto dos nossos 12, 13 anos que todos os alemães fizeram das tripas coração para salvar judeus em apuros e realmente não era essa a ideia. Alguns alemães podem sim ter arriscado a sua vida para esconder judeus em perigo, mas em contrapartida, quantos outros alemães apoiaram o nazismo? Quantos viam os judeus desaparecer sem se questionar para onde estavam indo? Quantos sabiam do extermínio praticado nos campos? Pesquisas recentes mostram que, ao contrário das versões que dizem que as atrocidades nazistas eram desconhecidas da maioria da população, a sociedade alemã tinha acesso a essas informações por meio da imprensa.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjCbk5W_0N2pDJsSSf38i4YEZg7_6nxZK7FEG7FFt1S1h77LkWydUDMePc1fyD1bAQK7Y0p-MZCPCu4IE4p473RyXblSoNXcMuOuAA7HMqFKt311i-YadTI13IbG7J1lAD8WfgKa3mDAA/s1600/apoiando-hitler-livro-20110812-size-620.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjCbk5W_0N2pDJsSSf38i4YEZg7_6nxZK7FEG7FFt1S1h77LkWydUDMePc1fyD1bAQK7Y0p-MZCPCu4IE4p473RyXblSoNXcMuOuAA7HMqFKt311i-YadTI13IbG7J1lAD8WfgKa3mDAA/s320/apoiando-hitler-livro-20110812-size-620.jpg" width="215" /></a></div>
(Para entrevista com o autor, ver o link: <a href="http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/os-alemaes-sabiam-e-aplaudiam-atrocidades-do-nazismo">http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/os-alemaes-sabiam-e-aplaudiam-atrocidades-do-nazismo) </a><br />
<br />
Hoje, professora, estava justamente discutindo com outra professora de História esses dias, como os assuntos Segunda Guerra Mundial e Holocausto interessam os alunos do ensino fundamental. Eles questionam e trazem referências anteriores sobre o assunto vista, sobretudo, em filmes. Comentávamos até que esse interesse todo merecia um estudo.<br />
<a href="http://www.cineplayers.com/filme.php?id=4957">"A Onda"</a> é um filme espetacular justamente por mostrar uma experiência educacional - que a princípio teria tudo para ser bem sucedida para explicar o fenômeno do nazi-fascismo. O objetivo era mostrar na prática aos alunos como funciona o mecanismo de envolvimento dos regimes totalitários e evidenciar como esses regimes buscavam não somente subjugar as pessoas, mas, sobretudo, conquistá-las.<br />
O filme é baseado em uma experiência ocorrida na Califórnia em 1967. Tal experiência já tinha dado origem a <a href="http://childrensbookshop.com/book.php?cno=80456">livros </a>e a um <a href="http://www.youtube.com/watch?v=QBjeX5jPRi4">documentário</a>. Ganha agora, a versão do cinema alemão, que vem produzindo filmes espetaculares para reflexão sobre fenômenos da história recente, tais como "Adeus Lênin" e "A vida dos outros". <br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/BG3dxuH77I4?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
Ao tentar explicar para seus alunos o funcionamento de um regime autocrático, o professor de ensino médio Rainer Wegner (Jürgen Vogel) é questionado por eles sobre a possibilidade de um regime como o nazista ascender nos dias de hoje. Rainer propõe uma experiência de forte cunho teatral: cria um grupo e torna-se o líder dele. Logo, o grupo ganha um nome "A Onda", uniformes, um slogan e é aí que as coisas começam a fugir do controle. Os alunos, envolvidos com "A Onda" começam a praticar atos de vandalismo, bem como agressões e coação aos alunos que não pertencem ao grupo. Quando o professor tenta encerrar a experiência, é tarde demais.<br />
<br />
<br />
É um filme que vale a pena ser assistido por professores juntamente com seus alunos, ou não e suscita questões filosóficas acerca da necessidade de pertencimento, a tendência humana a abrir mão da liberdade em prol de uma causa e a intolerância, assunto tão em voga nos dias de hoje em diversos países, dentre eles o Brasil. <br />
Por fim, deixo o discurso do professor Rainer Wegner, proferido no filme como fonte de reflexão:<br />
<br />
<h2 style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><i>“Vocês
trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Todos
vocês teriam sido bons nazi-fascistas. Certamente iriam vestir
uma farda, virar a cabeça e permitir que seus amigos e vizinhos
fossem perseguidos e destruídos. O fascismo não é uma coisa que
outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós.
Vocês perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível
enquanto milhares de inocentes seres humanos eram assassinados?
Como alegar que não estavam envolvidos. O que faz um povo renegar
sua própria história? Pois é assim que a história se
repete. Vocês todos vão querer negar o que se passou em “A
onda’. Nossa experiência foi um sucesso. Terão ao menos
aprendido que somos responsáveis pelos nossos atos. Vocês devem
se interrogar: o que fazer em vez de seguir cegamente um líder? E
que pelo resto de suas vidas nunca permitirão que a vontade de um
grupo usurpe seus direitos individuais. Como é difícil ter
que suportar que tudo isso não passou de uma grande vontade e de
um sonho”.</i></b><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"> </span></span></h2>
A questão permanece: o fascismo está mesmo em nós?<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-32667535052406459812012-03-31T12:51:00.000-07:002012-11-15T09:37:22.764-08:00Eu sou Espártaco!Esses dias estava discutindo com o meu namorado a estética dos recentes filmes que têm saído que tratam de temáticas relacionadas à História Antiga. Desde Troia tenho me decepcionado com esses filmes mirabolantes que prometem mais do que cumprem. Na verdade, eles trazem muito mais ação e efeitos especiais do que propriamente uma história fiel às fontes, mesmo que mitológicas.<br />
<br />
Ao mesmo tempo, releituras, digamos, mais "realistas", mais sujas, de filmes clássicos têm aparecido, como foi o caso do recente "Fúria de Titãs", que também não me agradou muito e foi o mote da minha discussão doméstica. Meu namorado me acusa de gostar apenas de filmes "cult". Assumo que Blockbusters nem sempre fazem a minha cabeça e que raramente assisto um filme com o intento de apenas me divertir. Fico sempre observando os figurinos, os elementos estéticos, a verossimilhança... Coisa de historiador!<br />
<br />
Entretanto, quando se trata de escolher filmes para passar em sala de aula acabo não escolhendo o que mais agrada. Os alunos devem adorar esses filmes cheios de ação e sangue, entretanto, como em meus primeiros anos na rede municipal só pegava 6.º e 7.º anos não me atrevia a passar filmes que não estivessem de acordo com a faixa etária. Esse ano estou pensando em fazer a experiência com o tal recente "Fúria de Titãs" (confesso que só tenho em casa aquela versão antigona!) e ver o que acontece.<br />
<br />
Há uns dois anos atrás em busca de um filme que pudesse ser mostrado para os meus pequenos gladiadores do 6.º ano, resolvi passar <b>Spartacus. </b>Sim, aquele de 1960, longuíssimo, antiquíssimo e talvez alguns dirão, chatíssimo... Sim, a versão do Stanley Kubrick, que traz o Kirk Douglas no auge da fama. Mas por que cargas d'água, dirão vocês, a escolha desse filme tão diferente dos que os alunos estão acostumados?<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUTLrB_qr6ioz8r-oks0_p5Lb6Eq3A8YjWuojDo466youS_gwPVVND9Bm4xeWv6BAqVAFoxtPHlSJjTFueBiPqaaWKj2TjbcOzWbfDjmm7zvmojdTY6q8oFIEJ0jlH8levazHqYrZSf4s/s1600/Spartacus_1960_poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUTLrB_qr6ioz8r-oks0_p5Lb6Eq3A8YjWuojDo466youS_gwPVVND9Bm4xeWv6BAqVAFoxtPHlSJjTFueBiPqaaWKj2TjbcOzWbfDjmm7zvmojdTY6q8oFIEJ0jlH8levazHqYrZSf4s/s320/Spartacus_1960_poster.jpg" width="213" /></a></div>
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Exatamente pelo que já coloquei anteriormente. Os filmes recentes contêm muitas cenas inadequadas para a idade deles e eu resolvi mostrar exatamente uma estética diferente, que contivesse cenas de ação, romance e aventura, mas não cenas de sexo e efeitos mirabolantes.<br />
<br />
Obviamente, não passei os 198 minutos (!) do filme. Fiz uma seleção de algumas cenas nas quais os alunos pudessem identificar como alguém se tornava escravo em Roma, que também mulheres e crianças poderiam ser escravos, como um escravo tornava-se gladiador e principalmente, escolhi mostrar um escravo loiro e de olhos azuis para dissociar a ideia de escravidão da cor da pele. Expliquei que na Antiguidade a escravidão estava associada a outros fatores. <br />
<br />
Passei um texto muito legal do livro <a href="http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12380">Espártaco e seus gloriosos gladiadores</a>, da Coleção <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Mortos_de_Fama">"Mortos de Fama"</a>, que, se não mencionei em outros posts deveria ter mencionado, pois é sensacional. Aliás, deveria fazer um post tratando dessa coleção. Fica a promessa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimqMYoWKinzCxzfKUmoyOSy5OgViSTUbb8hY0-OoCndfvmd25T9_tw2i6XqgXVqvhWi-Ubd5TdJ_XLqUlSkNCusjk552T8wl1haev7ScKspXYJNEx2H3BSAbkBWLKewa_58rVVdABasMQ/s1600/12380_g.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimqMYoWKinzCxzfKUmoyOSy5OgViSTUbb8hY0-OoCndfvmd25T9_tw2i6XqgXVqvhWi-Ubd5TdJ_XLqUlSkNCusjk552T8wl1haev7ScKspXYJNEx2H3BSAbkBWLKewa_58rVVdABasMQ/s1600/12380_g.jpg" /></a></div>
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<br />
O texto fala do motivo de Espártaco ser considerado um "Morto de fama". Eis o trecho selecionado: <br />
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"Ele não era rico, não foi rei, nem imperador, nem inventor, nem nada do tipo. Na real, Espártaco era apenas um escravo. Então por que é que 2 mil anos depois da sua morte seu nome inspirou filmes, livros e revoluções pelo mundo todo? Por que exatamente ele seria um morto de fama?"<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTXP6ldISvOKp5tljI4MgDPYLUJ2ZMtB1yhP8DocJsNqyHg7BRDDCMQRUChE5xkMNnjDnE2QljPFPV6BBLpRH3i8iIZ5TsL8_8DUeCnE1Q2_P8sWewuWreEj6RwgIQeEDw2SqcYzfFmoE/s1600/Esp%C3%A1rtaco+3.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="156" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTXP6ldISvOKp5tljI4MgDPYLUJ2ZMtB1yhP8DocJsNqyHg7BRDDCMQRUChE5xkMNnjDnE2QljPFPV6BBLpRH3i8iIZ5TsL8_8DUeCnE1Q2_P8sWewuWreEj6RwgIQeEDw2SqcYzfFmoE/s320/Esp%C3%A1rtaco+3.png" width="320" /></a></div>
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Imagem extraída do livro "<a href="http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12380">Espártaco e seus gloriosos gladiadores</a>"</div>
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"O.k., ele até que fez umas coisas legais. Mas na verdade ele não só enfrentou os romanos. Espártaco e seu exército de escravos libertos VENCERAM os romanos. Imagine a vergonha das tropas de choque romanas ao serem derrotadas por um bando de escravos sujismundos. Mas o pior de tudo era um gladiador ter liderado um exército de escravos. Para os romanos, os gladiadores eram a coisa mais baixa que podia haver no mundo. <br />
Os historiadores romanos gostavam de escrever sobre “Grandes Homens”. Escreveram muito sobre imperadores e generais romanos, mas os fatos mais bizarros de suas histórias foram pra debaixo do tapete. Um ou outro escreveu sobre Espártaco e seu exército de escravos... provavelmente<br />
tinham um pouco de vergonha da coisa toda. Salústio foi um dos historiadores que escreveu sobre Espártaco.<br />
Ele era um adolescente quando Espártaco ainda lutava na arena. Para nossa felicidade, Salústio escreveu um<br />
relato detalhado da guerra dos escravos contra os romanos. Para nossa infelicidade, sobrou pouca coisa do que ele escreveu.<br />
(...) <br />
Salústio descreveu Espártaco como um homem “grande no corpo e na alma” — se você quer ser gladiador e líder de um exército, cá entre nós, é bom ter as duas coisas. Mas Salústio nunca descreveu seu rosto. Na verdade, ninguém conhecia a cara de Espártaco até 1960, quando saiu um filme sobre ele estrelado por um ator chamado Kirk Douglas. Pergunte a qualquer adulto como Espártaco parecia e eles vão dizer que ele tinha cabelo loiro espetado, olhos azuis marcantes e uma covinha bem no meio do queixo. Claro<br />
que a versão de Hollywood não mostrou que ele devia ter cabelos escuros, o nariz quebrado e vários dentes a menos. Esse é o problema de Hollywood: eles faxinam a história para tudo parecer bonitinho."<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH7dIDCjKZK2BK5OKfJqlptwUT6UxNSB2nm7DjkG8HPMHkRqC2n55MIizWYmmte28WlWn86y_J9UUvpTCwCK-jkyfDuTlEQc2wuBbEhaEVENdSyEq-ux55owbd98v6-_oBrDK9YRuN-rM/s1600/Esp%C3%A1rtaco+4.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="165" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH7dIDCjKZK2BK5OKfJqlptwUT6UxNSB2nm7DjkG8HPMHkRqC2n55MIizWYmmte28WlWn86y_J9UUvpTCwCK-jkyfDuTlEQc2wuBbEhaEVENdSyEq-ux55owbd98v6-_oBrDK9YRuN-rM/s320/Esp%C3%A1rtaco+4.png" width="320" /></a></div>
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Imagem extraída do livro "<a href="http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12380">Espártaco e seus gloriosos gladiadores</a>"</div>
<br />
Bingo! Chegamos ao filme! E por meio desse texto pude reforçar com os alunos o conceito de fontes históricas, o trabalho do historiador para interpretar relatos muitas vezes esparsos e saber como as coisas talvez aconteceram e toda a construção em torno do filme e da figura de Espártaco como um herói e a escolha de um ator bonitão ajudou. Mesmo sendo um filme antigo, acho que consegui atingir o meu objetivo. Ah, e os alunos gostaram. Juro para vocês! A única dificuldade foi o fato da versão que eu peguei não ter áudio em português, só legendas. Nem todos os alunos de 6.º ano conseguem acompanhar, mas eu fui explicando tudo para eles e eles se mostraram muito interessados. <br />
<br />
Espero que vocês tenham gostado também. Vale muito a pena trabalhar com filmes, sejam eles recentes ou antigos, desde que se mostrando para além do filme em si, a construção que se faz em torno do enredo, a escolha da temática, desde que se possa tirar algo dali. Eu gostei muito do resultado. <br />
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<br />Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-18782624764535802282012-02-23T05:52:00.002-08:002012-04-01T11:43:10.772-07:00Aqui começa nossa História, ou melhor, nossa pré-história.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Desculpem, mas mesmo nas férias não consegui manter uma regularidade para escrever no blog. Essa professora que vos fala não consegue viver sem acumular projetos e nas férias resolveu dar início à operação "Saiam das ruas" e entrar na Autoescola em busca de uma licença para dirigir automóveis. Estou amargando as horas a fio de aulas teóricas, mas prometo avisar assim que iniciar as aulas práticas, a fim de que os meus poucos leitores não saiam nas ruas (quem avisa, amigo é) nos horários marcados para as aulas.<br />
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Brincadeiras à parte, estou aqui hoje para contar para vocês que ano passado fiz uma atividade com uma turma de 6.º ano sobre Pré-História que deu muito certo. Semana passada, quando voltei à escola e resolvi esvaziar o meu armário, a fim de deixá-lo pronto para mais um ano letivo, me deparei com os trabalhos que tinha guardado para uma futura exposição. Embora a ideia da exposição não tenha vingado, resolvi expor a vocês os trabalhos dos meus pequenos homens e mulheres das cavernas.<br />
<br />
O trabalho foi realizado no 6.º ano. Me incomodava sobremaneira abordar Pré-História com crianças de 11, 12 anos falando os dificílimos termos Paleolítico, Neolítico, Idade dos Metais. Qualquer crianças nessa idade- pudera - têm uma compreensão muito limitada desse passado tão longínquo.<br />
<br />
A princípio, pensei até em usar o desenho "Os Flintstones" ou as historinhas do Piteco, mas me dei conta de que não ajudariam porque mostran uma Pré-História com todas as comodidades do mundo moderno (inclusive misturando dinossauros no bolo, o que torna mais difícil ainda para os alunos situarem as coisas no tempo). Se a ideia era situá-los, ao mesmo tempo dando dimensão da precariedade com a qual conviveu a espécie humana nesses primeiros tempos, teria que bolar outra coisa. A chave, para mim, seria trabalhar nomadismo e sedentarismo, ir aos poucos desvendando elementos do cotidiano, o que esses homens e mulheres pré-históricos faziam para se alimentar, como se vestiam, como se abrigavam do frio.<br />
<br />
Tenho um joguinho de tabuleiro que faz parte do livro<a href="http://www.didatica.com.br/hp/popup/peda5a8.htm"> "Pedagogia da Alegria"</a>, que me foi sugerido pela professora Andrea Gugelmin (grata!) há algum tempo atrás. O livro é da autoria da professora <span class="infoaut">Tânia Dias Queiroz e possui diversas outras atividades lúdicas para se trabalhar com conteúdos relacionados ao ensino de História.</span><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKQfeTz_TtIEyU7oj4cGRbaZyRUSbsnAJp33R9Na1E69-2lmCAHjfiCHfDu0_dfG-oVrSJgmK-RFyDmB7tc1hz3jU-QQyMSOJrhR3643YLH64c3KgACh7TBDTmY3J1ka-fAfaMte_tvu8/s1600/trilha+pre+historia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKQfeTz_TtIEyU7oj4cGRbaZyRUSbsnAJp33R9Na1E69-2lmCAHjfiCHfDu0_dfG-oVrSJgmK-RFyDmB7tc1hz3jU-QQyMSOJrhR3643YLH64c3KgACh7TBDTmY3J1ka-fAfaMte_tvu8/s320/trilha+pre+historia.jpg" width="229" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcalZaJ24lmwGPiSUpHhwcHY3DM_lTRG5nbHwkqDUCjqWQubCrHRGJ2DW7unF5pad4NKXs-q9uz41lQTA_RMsFOLGWPt9y6GQL9Ej6ZrJw2Eymu9L6fljrCARbbEp1mskhej9U1JzLen4/s1600/trilha+pre+historia+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcalZaJ24lmwGPiSUpHhwcHY3DM_lTRG5nbHwkqDUCjqWQubCrHRGJ2DW7unF5pad4NKXs-q9uz41lQTA_RMsFOLGWPt9y6GQL9Ej6ZrJw2Eymu9L6fljrCARbbEp1mskhej9U1JzLen4/s320/trilha+pre+historia+2.jpg" width="229" /></a></div>
<br />
Apesar de servir para introduzir, a atividade de trilha não dava conta de explicar tudo o que eu gostaria. Assim, desenvolvi um trabalho em cima dos conceitos de agricultura e pecuária, buscando sempre enfatizar porque essas duas atividades foram importantes para o desenvolvimento da humanidade, para sua sedentarização (palavra difícil, mas eu acho que eles entenderam) e para o surgimento das primeiras aldeias.<br />
<br />
Paralelamente a isso, expliquei o que eram as pinturas rupestres, as marcas deixadas pelos homens das cavernas na época em que eles viveram. Como apoio, usei o vídeo do Discovery Channel "Homem Pré-Histórico: vivendo entre as feras". <br />
<br />
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/FdzhIYQ5MTM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
Outra opção seria usar um desenho recentemente me mandado pela colega Fátima Veiga, sobre as Aventuras de Uhug na Serra da Capivara. É interessante para mostrar para os alunos que no Brasil também tivemos pré-história e a dificuldade de sobrevivência nesse período. A dublagem é a voz do Tadeu Melo, ator que emprestou a voz ao personagem Syd na animação "A Era do Gelo", conhecida da marioria dos alunos.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://2.gvt0.com/vi/6_RcQGq-nJY/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/6_RcQGq-nJY&fs=1&source=uds" />
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<br />
Uma outra opção, ainda, é o filme "A Guerra do Fogo", tomando o cuidado de adaptá-lo porque possui cenas inadequadas para a faixa etária.<br />
<br />
Buscamos juntos levantar hipóteses para o fato daqueles homens deixarem suas marcas nas cavernas. Por que? Qual a finalidade? O que eles retratavam? Os alunos fizeram uma pesquisa buscando responder a essas questões. <br />
<br />
Por fim, devo agradecer à diretora da minha escola Denise Castanheira pela ideia de os alunos desenharem em lixas imitando a parede de uma caverna. Nesse desenho, os alunos deveriam fazer uma pintura rupestre como se fossem homens das cavernas. Por fim, faríamos uma exposição e enfeitaríamos a nossa caverna, o mural das salas 1601 e 1602 com as pinturas deles e os resultados de suas pesquisas. Nesse desenho, eles deveriam respeitar as atividades econômicas que tínhamos visto antes para os períodos Paleolítico (caça/coleta/pesca) e Neolítico (agricultura e pecuária).<br />
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A atividade, na minha opinião, foi um sucesso. Eis o resultado: <br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivkkIihxYQ2gzDyU4WX4I9u9HfX4Ryry9lhcoUuLFbtHyjKH7e40FJdPwUnslzWQXMJ6qFZ4k0P_3XpfvQUxYsL1UOoz4LqSnIkiLzVqagxIO6CBQjaVAFaoROtiJPkRZ3zkNoh-pP6Wk/s1600/DSC04870.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivkkIihxYQ2gzDyU4WX4I9u9HfX4Ryry9lhcoUuLFbtHyjKH7e40FJdPwUnslzWQXMJ6qFZ4k0P_3XpfvQUxYsL1UOoz4LqSnIkiLzVqagxIO6CBQjaVAFaoROtiJPkRZ3zkNoh-pP6Wk/s320/DSC04870.JPG" width="320" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzIQCH-9_clI86_1omUiZ8sA_eZJfvhaGhskUM2i1CtWIxcgMQtAVLPFSSCVF5-u_v3I5wXOj3Py57ArcVuz8X5OxwLp2BTaSbqnG1jxgaqCfnBz-r65nZT7kdFOedROyBy02FzFgztcw/s1600/DSC04871.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzIQCH-9_clI86_1omUiZ8sA_eZJfvhaGhskUM2i1CtWIxcgMQtAVLPFSSCVF5-u_v3I5wXOj3Py57ArcVuz8X5OxwLp2BTaSbqnG1jxgaqCfnBz-r65nZT7kdFOedROyBy02FzFgztcw/s320/DSC04871.JPG" width="320" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrrHDy2LvMW6nZ_8nkSY2MkPVRoMo2bYmulwqwOQP_VlfRddFPw8tlMXafBaSm6GegrJ0JCxaldJU6sByMb5ZS-zKBlHZDfXUJ0y3AbSLlfVkjw45YMplHXkbE7qkHmxrOj_DL8eVZYfw/s1600/DSC04872.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrrHDy2LvMW6nZ_8nkSY2MkPVRoMo2bYmulwqwOQP_VlfRddFPw8tlMXafBaSm6GegrJ0JCxaldJU6sByMb5ZS-zKBlHZDfXUJ0y3AbSLlfVkjw45YMplHXkbE7qkHmxrOj_DL8eVZYfw/s320/DSC04872.JPG" width="320" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRbXDIcuXWzZY4EPFb7drfPCka5ZpPKpH2J4-2IR_X7eDrlIkTTgfSiLdePewBjtiWGFk3vV0vunmnbwAx1OU4SjLx_t-1N3lWFIGeXR8N1prVjbRe4icrO-4NuuIFw7-ST4XA_fxR7f8/s1600/DSC04873.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRbXDIcuXWzZY4EPFb7drfPCka5ZpPKpH2J4-2IR_X7eDrlIkTTgfSiLdePewBjtiWGFk3vV0vunmnbwAx1OU4SjLx_t-1N3lWFIGeXR8N1prVjbRe4icrO-4NuuIFw7-ST4XA_fxR7f8/s320/DSC04873.JPG" width="320" /></a></div>Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-61176916787054044082012-01-10T07:39:00.000-08:002012-11-15T09:32:21.520-08:00Operação "cavalo de Troia"Boas férias a todos. <br />
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Mais uma vez me afastei por um longo tempo do blog. Hoje volto para contar para vocês como foram os últimos dias na escola, antes das férias. Tivemos uma festa com apresentações dos projetos desenvolvidos pelos professores com suas respectivas turmas. Os nossos pequenos bárbaros da turma 1601 estavam ensaiando com a prof.ª Rosa, de Teatro uma peça sobre a "Guerra de Troia". Na verdade, a peça foi fruto de um trabalho conjunto entre essa professora que vos fala, da disciplina História e os professores de Teatro, Música e Português. <br />
Umas duas semanas antes estive assistindo os ensaios e como vocês podem imaginar, era o caos. Achei que daquele mato não ia sair nem coelho, quanto mais cavalo. No dia, entretanto, saiu tudo perfeito e nós, professores e direção ficamos mais que surpreendidos com a capacidade dos nossos pequenos gregos e troianos. <br />
<br />
O sucesso do projeto dependeu da obstinação da professora Rosa, uma das mais comprometidas e conscientes e que eu já encontrei nesses poucos anos de trabalho na Rede Municipal. <br />
O projeto se iniciou, alguns meses antes, com a leitura do livro "Presente de Grego" de Elenice Machado de Almeida (ideia minha!). <br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyVzSgxTrPEGD9qe9HEPpbZAv-d1mWisiiw10KHP0BCp2xVinhMzlIAQKNaeVYBXifUU0FwpcLWoI_TY7oQAWM4ViqoScS0uoy7LnLVHv7wQtGRRE-_9TICLLTXA1_vigy-MEUPPM9m3Y/s1600/presente+de+grego.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyVzSgxTrPEGD9qe9HEPpbZAv-d1mWisiiw10KHP0BCp2xVinhMzlIAQKNaeVYBXifUU0FwpcLWoI_TY7oQAWM4ViqoScS0uoy7LnLVHv7wQtGRRE-_9TICLLTXA1_vigy-MEUPPM9m3Y/s1600/presente+de+grego.png" /></a></div>
<br />
O livro é uma adaptação das histórias da Ilíada e da Odisseia para crianças. Outra opção, se a ideia for fazer um teatro é a adaptação da Ruth Rocha, da Odisseia, que costuma existir nas bibliotecas da Rede Municipal.<br />
<br />
Nós recomendamos aos alunos que lessem também a "versão" da Ruth Rocha disponível na nossa sala de leitura. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBB-NlC82I_WrsS9ZgnRtVyNX4iNQnIqgd9v5-FAdc045CJmx0raPexTTcv7V-5bcS-WcYZYgnkIqLd6x2LknNcbbe2sYEAcUfY_Cc2laqVoxM__2pJH3Toi6BmNAOSorUrN0SGexMWmY/s1600/A+odisseia.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBB-NlC82I_WrsS9ZgnRtVyNX4iNQnIqgd9v5-FAdc045CJmx0raPexTTcv7V-5bcS-WcYZYgnkIqLd6x2LknNcbbe2sYEAcUfY_Cc2laqVoxM__2pJH3Toi6BmNAOSorUrN0SGexMWmY/s1600/A+odisseia.png" /></a></div>
<br />
<br />
Em um segundo momento, os alunos assistiram a uma versão editada do filme Troia, aquele com o Brad Pitt mesmo. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7XNUOjvsd6hD2TMcBf1eHrRh8f41-DQkUL82ipTu8UKQTrh9_YbzDq9OMCkeSQj8kfnMTwjxsWpPG0V0aZ5GPz3u39U3CFo_xvdnaLLz_AvBLWPmInxh_EgLh0HzVMb6KnVq0J1WDShY/s1600/Troia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7XNUOjvsd6hD2TMcBf1eHrRh8f41-DQkUL82ipTu8UKQTrh9_YbzDq9OMCkeSQj8kfnMTwjxsWpPG0V0aZ5GPz3u39U3CFo_xvdnaLLz_AvBLWPmInxh_EgLh0HzVMb6KnVq0J1WDShY/s320/Troia.jpg" width="222" /></a></div>
<br />
Também assistiram ao vídeo sobre a Grécia Antiga da série "Grandes Civilizações", que conta de maneira didática um pouco da história de Homero. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://3.gvt0.com/vi/e_mI3SiDPWc/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/e_mI3SiDPWc&fs=1&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><embed width="320" height="266" src="http://www.youtube.com/v/e_mI3SiDPWc&fs=1&source=uds" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Por fim, restava a elaboração do roteiro da peça. Em um primeiro momento, o próprio Homero se apresentava dizendo a que veio (contar a história da Guerra de Troia) <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyA-iN0MgVfPRInUzkkXj187gvfOStIHh3vGOun3V7TnxXNKz8lMbmQ7IUDo4kSZWCBKgjg24UCjpEuieSMf5WZDXdbtyypF7kaxWXLOdrhXwjiVG4Xg19TSzhDE-atGHCWQcRtODWZSc/s1600/DSC04312.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyA-iN0MgVfPRInUzkkXj187gvfOStIHh3vGOun3V7TnxXNKz8lMbmQ7IUDo4kSZWCBKgjg24UCjpEuieSMf5WZDXdbtyypF7kaxWXLOdrhXwjiVG4Xg19TSzhDE-atGHCWQcRtODWZSc/s320/DSC04312.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
(W. nosso Homero)</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Aqui, as deusas do Olimpo entram em uma disputa para saber qual delas era a mais bela e coube a Páris, princípe de Troia, decidir essa disputa. </div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0YL4fSwsfoK3XW5ucjoCrgJjuwPSjiqkhhpgIDZ9Rss9J0TgM811hKfl3r30YPe2C54gytLZW1TvsmnJf4SGDOqV4WYITjjO0IjthZTQPpfxKV5itnb41_58zajUUhwWm637BZdeEY7s/s1600/DSC04318.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0YL4fSwsfoK3XW5ucjoCrgJjuwPSjiqkhhpgIDZ9Rss9J0TgM811hKfl3r30YPe2C54gytLZW1TvsmnJf4SGDOqV4WYITjjO0IjthZTQPpfxKV5itnb41_58zajUUhwWm637BZdeEY7s/s320/DSC04318.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(Nossas deusas, da esqueda para a direita, Hera, Atena e Afrodite, que ganhou a disputa prometendo a Páris a mulher mais bela do mundo, Helena) </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDqtwKtTVNZ6iQrEfyQmNZTnbOlpLElhL_DILWyrw_x_pMJW1rwVtLE1aLrcZBeVGW5VEd-NoDDi8irSTeSJRHO8nUAdsvqbwFgtxvU9zHdhqX6TJ77jv5bsebLy-mF4c-x9m2oaufyUM/s1600/DSC04320.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDqtwKtTVNZ6iQrEfyQmNZTnbOlpLElhL_DILWyrw_x_pMJW1rwVtLE1aLrcZBeVGW5VEd-NoDDi8irSTeSJRHO8nUAdsvqbwFgtxvU9zHdhqX6TJ77jv5bsebLy-mF4c-x9m2oaufyUM/s320/DSC04320.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(O rapto de B. nossa Helena de Troia)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_WunA4uXdzyWfZZ7K7B4JPmPQFPSBaejEW7F_-9pZsT8DOl7KZLbVGtAT8P7TbVPZdhwbrS6IQ1izMqeQYCjvKixuLCLR-kKulNMN6jt_XLD58sF2G8ZwSXWBBD-_6nG-7D7aOl71NPs/s1600/DSC04322.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_WunA4uXdzyWfZZ7K7B4JPmPQFPSBaejEW7F_-9pZsT8DOl7KZLbVGtAT8P7TbVPZdhwbrS6IQ1izMqeQYCjvKixuLCLR-kKulNMN6jt_XLD58sF2G8ZwSXWBBD-_6nG-7D7aOl71NPs/s320/DSC04322.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(Os generais se reunem sob o comando dos reis Menelau e Agamenon e resolvem atacar Troia)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi18pfodtrIk2nr8cfxKjEDUaofC0McYcbYWA-gg1efWhBd62Y2dqMGpDdQCYBsuVXi0_6D_645OjGxz-6HPlnXvwLW6vWXZg7JovaHpcgjdPyDAEu2MvN_h6a7AsoNm_XnU43yglLlkM/s1600/DSC04325.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi18pfodtrIk2nr8cfxKjEDUaofC0McYcbYWA-gg1efWhBd62Y2dqMGpDdQCYBsuVXi0_6D_645OjGxz-6HPlnXvwLW6vWXZg7JovaHpcgjdPyDAEu2MvN_h6a7AsoNm_XnU43yglLlkM/s320/DSC04325.JPG" width="320" /></a></div>
<div align="center">
<br /></div>
<div align="center">
(Surge a ideia do cavalo e olha ele aí) </div>
<div align="center">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhoVwdRU6DoZfn9j7Ggd4Ok_qsSv-dRAkZTKGJckXyek1iqrR7sF1vcf56_hw3thlkIicztAN7qlZ-tyvohhwpFNJZOw8DmEsKUv1Jj59Kl9r9F4q20tDNncAtBKIkEHoLKD-4ADsmyXA/s1600/DSC04328.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhoVwdRU6DoZfn9j7Ggd4Ok_qsSv-dRAkZTKGJckXyek1iqrR7sF1vcf56_hw3thlkIicztAN7qlZ-tyvohhwpFNJZOw8DmEsKUv1Jj59Kl9r9F4q20tDNncAtBKIkEHoLKD-4ADsmyXA/s320/DSC04328.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(Os gregos adentram as muralhas de Troia e derrotam os troianos) </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWPd9F9fJpHblifrioHtAFH4kWaciS2H63xZgFsB5MJuts5WfyBbhkL0qfEg-RbqR1RCW-fq9mZ3fxs0L3VBpOW6idSZLUAKpj94ebVS-ecH6YHjY1tAXBPq7G4HR_1A0uFPlsklNXsdc/s1600/DSC04336.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWPd9F9fJpHblifrioHtAFH4kWaciS2H63xZgFsB5MJuts5WfyBbhkL0qfEg-RbqR1RCW-fq9mZ3fxs0L3VBpOW6idSZLUAKpj94ebVS-ecH6YHjY1tAXBPq7G4HR_1A0uFPlsklNXsdc/s320/DSC04336.JPG" width="320" /></a></div>
<div align="center">
</div>
<br />
<div style="clear: both; text-align: center;">
(O canto das mulheres troianas, poema feito pela professora Roberta de Português, contra a guerra) </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0jP6a2zSVPBf-VpuGqSiHu6qZ51fkkhv7efoS3uBDSTVCXLeLbxMmMzBzw315av280UvoZOgHx-65udVnJLHp9FLkCZdFHD2STUlUp8-rI8ZQD-YMi5lmdGEdRA_3QzXbI1Xpkqjl7fE/s1600/DSC04340.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0jP6a2zSVPBf-VpuGqSiHu6qZ51fkkhv7efoS3uBDSTVCXLeLbxMmMzBzw315av280UvoZOgHx-65udVnJLHp9FLkCZdFHD2STUlUp8-rI8ZQD-YMi5lmdGEdRA_3QzXbI1Xpkqjl7fE/s320/DSC04340.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
(Todos juntos agradecem ao som de "O que é o que é, música do Gonzaguinha escolhida pelos alunos junto com o Prof. Marcelo, de Música para representar a paz e a vontade de viver) </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Só posso agradecer aos alunos e a Prof.ª Rosa porque a peça foi um sucesso. Aguardem ano que vem novas montagens da nossa companhia. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-3484681964727116282011-11-30T11:50:00.000-08:002011-11-30T12:13:04.296-08:00Sobre estágio e papelices<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Primeiramente, acho que devo pedir desculpas pelo sumiço do blog. Desde setembro que não escrevo e é claro que essa ausência teve algum motivo. Prometo organizar o material que tenho para fazer postagens durante as férias.<br />
<br />
Estive envolvida com diversos projetos que não tinham a ver com o magistério e com várias obrigações que tinham a ver. Vivi esse semestre, pela primeira vez, a experiência de ser professora do ensino superior... em São Gonçalo. Sim, longe, eu sei, mas se é isso que eu quero fazer da vida, em algum lugar eu tenho que começar. <br />
<br />
Fui chamada para ser professora da disciplina Estágio Supervisionado II, que tem por objetivo proporcionar aos alunos do curso de História, futuros professores, vivências significativas e aproximá-los, na medida do possível, da realidade da sala de aula do ensino fundamental. Até aí tudo bem. Não vou questionar a validade do estágio porque o meu, no CAp da UFRJ, como eu já salientei em outras postagens, me proporcionou experiências maravilhosas.<br />
<br />
Eu mesma estou em sala de aula, eu mesma sou professora do ensino fundamental. Me sentia capaz de orientar essa turma de futuros estagiários. Entretanto, o fato de eu ter assumido a disciplina em setembro me fez correr contra o tempo para pressionar os alunos para que buscassem logo uma sala de aula para realizar o estágio e professores que se dispusessem a recebê-los e a integrá-los naquele ambiente "entrópico" que é uma escola de ensino fundamental antes de término do ano. Em setembro isso foi desafiador. Sabemos que existem professores que nem sempre gostam de receber estagiários. Alguns se sentem intimidados - porque não dizer, ameaçados - em ter o seu trabalho observado e avaliado por alguém estranho ao cotidiano da escola. <br />
<br />
Os estagiários, obviamente estranham no início e acharam tudo aquilo o caos. O ambiente da escola é mesmo assustador para o observador externo. Eu mesma fiquei assustada e no meu primeiro dia como professora achei que nunca mais teria coragem de entrar em uma sala de aula. Os estagiários também se desestimulam ao perceber o desinteresse dos alunos, sua falta de atenção em sala, sua negligência para com as aulas e tarefas. Bem, entre mortos e feridos, salvaram-se quase todos (três desistências em uma turma de catorze estagiários). <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Eles observaram o trabalho dos professores em escolas públicas da rede municipal e estadual de São Gonçalo e todos conseguiram cumprir o rito de passagem de dar suas aulas ao fim do estágio. <br />
<br />
Eu, como professora de Estágio II, tive que ir a São Gonçalo acompanhar 11 aulas diferentes. Foi ótimo porque conheci vários professores, com diferentes histórias, que estão em sala há muito mais tempo que eu e que desenvolveram, de acordo com o seu estilo, diferentes formas de se relacionar com os alunos. <br />
<br />
Esses professores, cada um à sua maneira, apesar de todas as dificuldades, encontram formas de se motivar diariamente para estar em sala, para interagir com os alunos, para proporcionar a alunos de escolas públicas dos rincões de São Gonçalo algo mais do que o conteúdo de História. Duas em especial me marcaram. <br />
<br />
A professora M. se dispôs a receber três dos meus estagiários e desde o primeiro momento, por meio do relato deles, pude perceber que estava diante de alguém extremamente comprometido com o seu trabalho. Dando aulas há 20 anos na mesma escola, ela foi capaz de motivar e encantar os meus alunos-professores porque se preocupava com o desenvolvimento e a formação dos seus alunos. Ela, segundo relato dos meus estagiários sempre buscava conhecer as dificuldades de seus alunos, ao mesmo tempo em que exige que eles mantenham uma atitude positiva na relação com os outros. Realmente, em sua sala de aula não vi nenhuma falta de respeito e acreditem, conseguir que os alunos se respeitem é um grande feito para professores que trabalham na rede pública. Os alunos não vêem palavrões, xingamentos ou mesmo agressões físicas, como falta de respeito. <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Por outro lado, a professora L. também me surpreendeu. Quando fui acompanhar a aula de um dos meus estagiários, pude perceber que ao fim da aula algumas alunas e ex-alunas da escola esperavam para falar com ela. Uma dessas ex-alunas, pude perceber, estava grávida. <br />
<br />
A professora L. me disse que elas estavam esperando para falar com ela porque ela era uma pessoa de confiança, e definiu a sala de aula como um "grande consultório psicanalítico". Ela disse que ia atrás de alguns alunos seus na comunidade quando percebia que eles tinham se envolvido com o tráfico local. Achei fantástica a confiança e proximidade que essa professora estabeleceu com os seus alunos. <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Agora, voltemos à realidade da minha escola. Essa semana estamos em Conselho de Classe. Uma correria para corrigir todos trabalhos e provas e fechar notas. Diante de tudo isso, fico me perguntando: de que adiantam tantas papelices se números para garantir índices de aprovação podem e devem ser facilmente manipuláveis? <br />
<br />
<br />
<br />
</span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX_L9iZo9G5Zwxq4LiQz2QuMDli2hEALJRjdwtKK04TTBCOntPTuNboddO4pKLK4f7MjGqS9tdB6vHbVeHTqFB2z2Z43KF_N8ZvAoQRH6ylAqx_85QJagOrSXgTh_oANNp82oMbShpO2c/s1600/imagem+-+post+um+lixo%252C+um+verme.jpg"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX_L9iZo9G5Zwxq4LiQz2QuMDli2hEALJRjdwtKK04TTBCOntPTuNboddO4pKLK4f7MjGqS9tdB6vHbVeHTqFB2z2Z43KF_N8ZvAoQRH6ylAqx_85QJagOrSXgTh_oANNp82oMbShpO2c/s1600/imagem+-+post+um+lixo%252C+um+verme.jpg" /></span></a><br />
<br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> <br />
<br />
Me senti idiota quando no início do ano letivo, ao diagnosticar, juntamente com as professoras de Língua Portuguesa e Ciências que dois dos nossos alunos de 6.º ano (5.ª série) eram completamente analfabetos tive que ouvir que eles não poderiam ir para um projeto de alfabetização por não estarem fora da faixa etária. Eles permaneceram onde estavam. Peraí, já não basta eles terem chegado ao 6.º ano sem saber ler? Eles ainda teriam que ser reprovados, para ficar fora da faixa e aí terem a chance de talvez serem alfabetizados?<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Me sinto idiota de ver passar de ano alunos que não têm a mínima condição de estar na série em que estão e ainda assim passarão para a série seguinte. <br />
<br />
Gosto realmente de ser professora, mas não gosto da burocracia e muito menos de ter que mascarar resultados que eu sei que não condizem minimamente com a realidade. Talvez fosse melhor que eu fizesse um concurso para um órgão qualquer e fosse carimbar papel em alguma repartição pública obscura. <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Só mesmo experiências como as das professoras acima é que me fazem ainda ter alguma esperança. Se tem uma coisa que eu aprendi ao longo de alguns anos de análise é que para mudar devemos reconhecer as falhas que temos e não empurrá-las para debaixo do tapete. Enquanto as Secretarias de Educação continuarem ignorando as experiências de quem convive diariamente com os alunos e pressionando-os a mascarar os problemas inventando índices, não vamos a lugar algum.<br />
<br />
<br />
Aliás, vamos sim, cada vez mais, para o fundo do poço. </span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial;">PS: Prometo que nas próximas postagens não quebrarei o firme propósito de não-reclamação que orientou a criação desse blog. </span>Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-31819743304021510642011-09-16T19:09:00.000-07:002012-11-15T09:32:41.243-08:00E as angolanas são bonitas?Como eu venho contando para vocês, estou adentrando com o meu sétimo ano a temática África. Melhor seria dizer, Áfricas porque quanto mais eu estudo, mais eu descubro e me apaixono por este universo, por este continente. A apostila da prefeitura tem me ajudado. Quem tiver curiosidade pode dar uma olhada nela<a href="http://200.141.78.79/dlstatic/10112/1908794/DLFE-229362.pdf/7.ANOHISTORIA.pdf"> aqui</a>. <br />
<br />
Para introduzir o tema, eu resolvi fazer com os alunos a dinâmica sugerida pelo programa <a href="http://www.acordacultura.org.br/nota10/programa/1">"A cor da cultura</a>", que consiste em classificar a África como sinônimo de <u>desenvolvimento</u> ou <u>atraso</u>, <u>saúde</u> ou <u>doença</u>, <u>riqueza</u> ou <u>pobreza</u>, <u>estabilidade política</u> ou <u>instabilidade política</u>, <u>tribo </u>ou <u>civilização</u>. <br />
<br />
Levei o mapa político da África, distribuí esses pares palavras e pedi para que os alunos, em grupos, escolhessem uma classificação em cada um dos pares. Coloquei as classificações negativas em vermelho e as positivas em azul. O resultado não foi outro. Os grupos, sem exceção, escolheram aspectos negativos. Alguns não sabiam o que era estabilidade e instabilidade política, mas assim que eu explicava eles diziam na mesma hora que só podia ser instabilidade. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAhJIMFRqpKBhOLWM6ZCsFLCQphC41gA0RF-xXNlkuj-tTRqPuAthtDnBOLTKAFknQ0XpnwoR6kWeBSJ1e1OoPOTy__zkQyAMo3lo78iQRC7ML66jsIB5_bPFYU2PGlQoEpUQg4cC-2Qg/s1600/DSC02681.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAhJIMFRqpKBhOLWM6ZCsFLCQphC41gA0RF-xXNlkuj-tTRqPuAthtDnBOLTKAFknQ0XpnwoR6kWeBSJ1e1OoPOTy__zkQyAMo3lo78iQRC7ML66jsIB5_bPFYU2PGlQoEpUQg4cC-2Qg/s320/DSC02681.JPG" width="240" /></a></div>
<br />
Ao serem questionados sobre o motivo de suas escolhas, a maioria dos alunos disse que é isso que a televisão mostra. Alguns insistiam em dizer que a África era um país. Aí mostrei o mapa e disse que era um continente, com muitos países. Perguntei se eles saberiam me dizer o nome de três desses países sem olhar no mapa. Como eu desconfiava, a maioria não soube.<br />
<br />
Fiz a experiência para confirmar algo que eu já sabia, que não ensinamos nada sobre África e que não ensinamos porque sabemos pouco ou não queremos saber. <br />
<br />
Disse aos alunos que o que a TV mostra não é mentira. As guerras, a fome, a pobreza, tudo está lá, mas pedi para eles, enquanto moradores de uma favela para imaginar o que as pessoas pensam sobre moradores de favela. Será que a imagem que passa na TV corresponde a toda a realidade, a toda a verdade? Muitos disseram que não. Que às vezes, a TV mostra apenas a pobreza, os problemas. Chegaram onde eu queria ir. <br />
<br />
Com a África, eu disse, também é assim. Embora as pessoas trabalhem, se divirtam, estudem, vivam, enfim, a TV insiste em mostrar apenas os aspectos negativos. <br />
<br />
Pensei muito em um vídeo que descobri há uns dias justamente enquanto preparava essa aula. O vídeo se chama "O perigo de uma única história" e é a palestra de Chimamanda Adichie, uma jovem escritora nigeriana (linda e muito bem-humorada), filha de um professor universitário e de uma secretária. A palestra fala de estereótipo e de como enxergar somente através dos estereótipos pode ser redutor. A escritora fala dos males de acreditar em uma única história, de contar às crianças um única história, de enxergar os outros de uma forma que reduz a uma apenas uma característica ou a um conjunto de características quase sempre negativas. <br />
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/O6mbjTEsD58?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/SZuJ5O0p1Nc?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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É difícil evitar rótulos, porque nos definimos sempre em relação ao que consideramos como "outro". O perigo é quando tornamos aquele "rótulo", a única história possível sobre aquele "outro". Uma história definitiva, como diz Chimamanda. Isso se torna extremamente perigoso quando se trata de África. Se torna perigoso porque, segundo Chimamanda, não é que os estereótipos sejam mentira, mas eles são incompletos e acabam por roubar a dignidade das pessoas e enfatiza as diferenças, em detrimento das semelhanças,. <br />
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No caso brasileiro, se torna perigoso, quando nós não vemos a África como parte de nós, mas como o "outro" em relação ao qual eu quero é preciso se diferenciar. Como podemos querer nos diferenciar de algo que está em nós, que faz parte das nossas raízes? Como podemos ter vergonha do que somos? <br />
<br />
Em outra aula, na qual eu trabalhava uma temática completamente diferente, um menino chamou outro de angolano, com o intuito de ofender. Ao escutar, perguntei o que ele queria exatamente dizer com isso. Ele me respondeu que o colega (negros os dois, o que "xingou" e o que foi "xingado") era feio e por isso, angolano. Eu respondi a ele que nem todos os angolanos eram feios e que por coincidência, ou não, a mulher mais bonita do universo era angolana. Ele desconhecia o resultado do Miss Universo e eu disse a ele que a vencedora havia sido uma angolana. Ele fez cara de espanto e lançou a pergunta: "as angolanas são bonitas?". <br />
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Sim W. É uma pena que não tenham dito para você, mas as angolanas também podem ser bonitas. <br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTKM0t1dzMDSJ60soEy2pltB8IWDgfC8SStR2ngnBywZCUwSSXhoETRQkFAZJHXT19fEM12xpQZCgOddpCVgX0oJJP7E0xZliJnYEuShw_9cqq2Ms6MpBecIhj3jc0bxHK7zrLdu0Mz_M/s1600/255670_163165830416351_139824179417183_391274_5790990_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTKM0t1dzMDSJ60soEy2pltB8IWDgfC8SStR2ngnBywZCUwSSXhoETRQkFAZJHXT19fEM12xpQZCgOddpCVgX0oJJP7E0xZliJnYEuShw_9cqq2Ms6MpBecIhj3jc0bxHK7zrLdu0Mz_M/s320/255670_163165830416351_139824179417183_391274_5790990_n.jpg" width="213" /></a></div>
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Leila Lopes, angolana eleita Miss Universo 2011</div>
Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-7741173331687776542011-08-26T18:57:00.000-07:002011-08-26T19:04:49.800-07:00Mais uma vez, a África.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMaIiT3l6_xal-49fNV4BH_gE19azk9ss7qnN3eQV7v3UXetLIYscqWNFctkV3uiE-NBCbhyphenhyphendxgved6JrYsg5wGgSUToQfOh9-YmFUDB6L2vF2OeFKJnMzLombzQWW5rO5FeRVCzqxFws/s1600/f_slavery_boy_map_africa1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMaIiT3l6_xal-49fNV4BH_gE19azk9ss7qnN3eQV7v3UXetLIYscqWNFctkV3uiE-NBCbhyphenhyphendxgved6JrYsg5wGgSUToQfOh9-YmFUDB6L2vF2OeFKJnMzLombzQWW5rO5FeRVCzqxFws/s320/f_slavery_boy_map_africa1.jpg" width="320" /></a></div>Fonte da imagem: <a href="http://doolharnegro.blogspot.com/2011/05/25-de-maio-dia-da-africa-e-celebrado-no.html">http://doolharnegro.blogspot.com/2011/05/25-de-maio-dia-da-africa-e-celebrado-no.html</a><br />
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Ao iniciar o ano letivo, em uma aula inaugural para toda a rede municipal, transmitida pela <a href="http://multirio.rio.rj.gov.br/portal/">Multi-Rio</a>, a Secretária de Educação afirmou, mediante uma pergunta de uma professora da rede, que trabalharia para a implementação em toda a rede da <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm">lei 10.639</a>. Eu assisti a essa aula inaugural na antiga escola em que trabalhava e não pude deixar de transparecer o meu descrédito, que foi compartilhado com uma colega de Língua Portuguesa que é muito ligada às literaturas africanas por ser essa a temática de sua pesquisa de doutorado. <br />
Achamos que a secretária, na ocasião, estava falando isso apenas porque África é o assunto da moda e para se livrar da pergunta. Achamos que no meio de tantas demandas e urgências, a África ficaria, mais uma vez, esquecida. <br />
Qual não foi minha surpresa ao receber por meio da escola o convite para a mesa “Imagens do Brasil: Relações Étnico-raciais, Diversidade, Multiculturalismos” realizada na última terça-feira, dia 23 de agosto, no centro da cidade. <br />
Curiosa, me dirigi para lá sem saber muito bem o que esperar. <br />
<br />
Bem, era uma mesa nos moldes acadêmicos. Muita reflexão, pouca aplicabilidade. O que eu aprendi lá muito me serviu para pensar a minha provável futura pesquisa, mas não ajudará muito na minha prática docente. A minha prática docente e o conhecimento que tenho de História da África só caberá a mim mesma melhorar. Mas essa iniciativa já é um começo, né? Quem sabe... <br />
<br />
Eu tenho uma afeição especial pela História da África. Na faculdade achei um absurdo descobrir que a história do continente não era disciplina obrigatória. Peguei o que podia como eletiva. As pesquisas me levaram por outros caminhos, mas a África, ou melhor, as Áfricas sempre estiveram em meus horizontes. Quando estagiava no Cap, por meio do empenho e do exemplo da professora Mônica Lima, especialista e militante do ensino de História da África desde muito tempo, aprendi a gostar ainda mais de estudar o continente. <br />
<br />
Entretanto, ainda sou uma iniciante no assunto. <br />
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Certa vez, ao postar o link da coleção História Geral da África (disponível na íntegra para download nos sites do<a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do?first=50&skip=0&ds_titulo=&co_autor=&no_autor=&co_categoria=132&pagina=1&select_action=Submit&co_midia=2&co_obra=&co_idioma=&colunaOrdenar=DS_TITULO&ordem=null"> MEC</a> e da <a href="http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese-1/">UNESCO </a>) um colega historiador me disse que não sabia da existência de uma obra tão extensa sobre História da África. Ele disse na ocasião que achava que dava para twitar essa história. Exageros à parte, realmente ainda existe muita coisa por fazer. Existe muito material legal na internet para os professores que querem entender um pouco mais sobre as temáticas relacionadas à África. Com um pouco de cuidado sempre, é possível fugir da folclorização e da simplificação que marcaram e ainda marcam o nosso imaginário sobre a África. <br />
<br />
Existem muitas formas de inserir a África na nossa história. Reconheço que falta um pouco de boa vontade por parte dos professores também. <br />
Já compartilhei com vocês a alegria e estarrecimento que uma <a href="http://aartedehistoriar.blogspot.com/2011/05/e-africa-onde-e-que-fica.html">aluna</a> me causou ao me questionar onde estavam os negros na História que eu ensinava. As próximas aulas que darei na turma dela serão sobre História da África. Volto para falar sobre elas aqui e para mostrar o material legal que levantei e as atividades que podem ser feitas. <br />
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M... essas aulas serão para você. <br />
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Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-8726843901443181532011-08-01T06:48:00.000-07:002011-08-01T06:48:24.781-07:00A voltaPois é! Depois desse incrível e longo recesso de uma semana, as aulas na rede municipal retornam hoje. Em julho estive meio afastada daqui por conta de questões pessoais. Novos projetos, artigos, viagem à São Paulo para participar de congresso e... crash, um rompimento brusco. Mais uma vez citando Guimarães Rosa: "A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." <br />
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Então, desejo nessa volta às aulas a todos nós coragem para não esmorecer. Aos colegas do estado que estão em greve, lutando pelos seus direitos, a todos que trabalham na rede pública e mesmo diante das condições não deixam de fazer a sua parte. <br />
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Bem vindos de volta!Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-2419810285059986462011-08-01T06:12:00.000-07:002011-08-01T13:43:06.297-07:00A paz que eles não queremNo início desse ano, tive de deixar a escola municipal na qual estava trabalhando desde que assumi na rede, em 2009. Não foi voluntariamente que o fiz. Esse ano a Secretaria Municipal de Educação resolveu continuar com uma política de implementação de projetos de correção de fluxo escolar para alunos defasados. A proposta é que cada uma dessas turmas tenha apenas um professor, responsável pelo encaminhamento de todas as disciplinas do currículo. Logo, houve uma diminuição no número de turmas de alunos regulares nas escolas onde os projetos foram implementados. <br />
A escola em que estava, recebeu alguns desses projetos. Como eu era a última professora da disciplina História a assumir (e antiguidade no magistério municipal, é posto), tive que procurar outra escola para chamar de minha e acabei caindo na área da Tijuca, mais especificamente no sub-bairro (se é que isso existe) da Usina. <br />
Aí, tudo novo, de novo. Nova escola, nova direção, novos alunos, novos colegas de trabalho, novas condições. Outra estrutura. Os alunos são em sua maioria do Morro do Borel. <br />
Tive medo. Medo do novo, mas também medo de cair no que minha colega Fátima chama de o Hades da rede municipal. Não é preciso ter muita experiência para saber que a rede tem escolas que são perfeitos Olimpos, mas que tem muito mais escolas semelhantes ao inferno de Dante, nas quais a frase do portal tal como descrita na Divina Comédia, se encaixa perfeitamente: "Deixai toda esperança, ó vós que entrais!" <br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHeTI_98wDZHEAOfYxtjkE7tLazgagjTCDU3Qe58GICkRutq5SRE5jW3G7cjAaraeR4VP6f0ozJ5N1Ou4FgT0C5hD2BsT16LhAfMlnh_C-ubJbrvFsFp9Sg6zH5DfTxl3wJ08Kvk327Q/s1600/271100_1993707635548_1029146454_31853099_1464855_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHeTI_98wDZHEAOfYxtjkE7tLazgagjTCDU3Qe58GICkRutq5SRE5jW3G7cjAaraeR4VP6f0ozJ5N1Ou4FgT0C5hD2BsT16LhAfMlnh_C-ubJbrvFsFp9Sg6zH5DfTxl3wJ08Kvk327Q/s320/271100_1993707635548_1029146454_31853099_1464855_n.jpg" width="234" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Frase escrita numa porta arrombada de sala de aula numa escola municipal carioca. <br />
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Acabei me surpreendendo porque a escola não era o que eu estava pensando. Tem seus problemas, como todas as escolas da rede, mas tem uma direção muito engajada, que trabalha dia e noite para que a escola funcione bem. Apesar de tudo. Os professores também me surpreenderam positivamente. São professores que se importam com os alunos (minha curta experiência na rede mostra que o contrário não é difícil de achar), que se importam com o seu trabalho. <br />
Bem, mesmo assim, ainda não seria essa vez que eu conseguiria completar a minha carga horária ensinando unica e exclusivamente a disciplina para a qual eu fiz concurso. <br />
A escola não tinha quatro turmas de História para fechar a carga horária e acabei ficando com três turmas de projeto de correção de fluxo. Minha tarefa: dar um tempo, apenas um tempo por semana em cada uma dessas turmas. Parece fácil, né? Mas não é. Os alunos são multirrepetentes, muito desmotivados, indisciplinados. Muitas vezes esse um tempo me fazia repensar a minha escolha pelo magistério e se não era melhor abandonar tentar outros caminhos. <br />
Com essas turmas eu procuro fazer um trabalho de aproximação entre eles (não imaginam como é difícil fazer eles se respeitarem um pouco e se colocar no lugar do próximo) e reflexão sobre temas como drogas, gravidez na adolescência, etc. Entretanto, uma após a outra, minhas tentativas de tornar aqueles cinquenta minutos mais agradáveis fracassavam. <br />
Outro dia, tentei fazer com os alunos dessas turmas um trabalho sobre os significados da paz. Levei como como motivação e ponto de partida as letras das músicas <a href="http://letras.terra.com.br/o-rappa/28945/">"Minha alma"</a> do Rappa e <a href="http://letras.terra.com.br/cidinho-e-doca/885060/">"Eu só quero é ser feliz"</a> da dupla Cidinho e Doca. Conversando com os alunos sobre os significados da paz para eles, percebi que os referenciais deles acerca da paz são muito diferentes dos nossos e eles percebem isso. O trabalho até que deu certo e rendeu a confecção de cartazes sobre a paz que em breve eu posto aqui.Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2807212323797476144.post-49325847498328428542011-06-28T17:59:00.000-07:002011-06-28T17:59:21.517-07:00O Antigo Egito entre maldições, hieróglifos, papiros e crocodilos - parte II<div style="text-align: center;"><br />
No terceiro tópico da primeira parte do vídeo "Grandes Civilizações - Egito" temos a pirâmide social do Egito. Explicar pirâmide social para alunos de 11 anos nem sempre é tão fácil quanto parece. Quando eu fazia estágio de prática de ensino no Colégio de Aplicação da UFRJ, instituição criada para que os futuros professores pudessem ir a campo e experimentar a docência, uma anedota contada pelo professor de estágio na aula, exemplifica essa dificuldade. Conta-se que um aluno de estágio supervisionado de História ao tentar explicar para uma turma a pirâmide social do Egito foi surpreendido por alguns alunos da turma que começaram a formular hipóteses para o fato do quarto do faraó ficar no andar mais alto da pirâmide. Coitado do faraó! O que aconteceria se houvesse um incêndio na pirâmide? Coitado do pobre aprendiz de professor! Não contava que a aula tomasse esse rumo. <br />
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Por isso, antes de tentar explicar pirâmide social, acho sensato deixar beeem claro que a pirâmide que você pretende mostrar é uma representação. Que é só para exemplificar a importância dos grupos naquela sociedade, a hierarquização. Explique também, por via das dúvidas, que a construção pirâmide não tinha por finalidade ser uma habitação, mas que era, na verdade, um túmulo, uma sepultura para o faraó. Assim não corre-se o mesmo risco que o desavisado licenciando. <br />
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No mais, no link abaixo encontra-se um modelo de pirâmide social que os alunos podem pintar para ser afixado no mural da sala. Assim, eles não esquecem. <br />
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Pode-se explicar o papel de cada grupo no interior da sociedade egípcia por meio dos desenhos. <br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhogC3FxazzKYebHPg4ytsdF908dBpLf8WZngHc0zE_vSsh89O2zssYjAaHQ3vvu6hUqKytF7cBYWAC2pmzJC0L4KZ2TtsiBh8pRmoNaw3UW9ype0Xqls11pCoh7Ifx0UORkUFitLYPJn8/s1600/piramide_sociale_1.gif"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhogC3FxazzKYebHPg4ytsdF908dBpLf8WZngHc0zE_vSsh89O2zssYjAaHQ3vvu6hUqKytF7cBYWAC2pmzJC0L4KZ2TtsiBh8pRmoNaw3UW9ype0Xqls11pCoh7Ifx0UORkUFitLYPJn8/s320/piramide_sociale_1.gif" /></a><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0VIuN1giCAQRizcHzKQOaRVslfRvsTgbuOQiLQ-wRXy5sXMjLGtqnvvSoDZBLmr5RLNG6kqWtLCCnQFTBJnHicA4BnKvortNO0sp9A6_YOyG5JblBLpkI3xvPnNlAwZDzG9g8SDM_snk/s1600/piramide_sociale_2.gif"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0VIuN1giCAQRizcHzKQOaRVslfRvsTgbuOQiLQ-wRXy5sXMjLGtqnvvSoDZBLmr5RLNG6kqWtLCCnQFTBJnHicA4BnKvortNO0sp9A6_YOyG5JblBLpkI3xvPnNlAwZDzG9g8SDM_snk/s320/piramide_sociale_2.gif" /></a><br />
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O modelo da pirâmide para colorir e mais alguns desenhos sobre o Antigo Egito podem ser encontrados em: <a href="http://www.midisegni.it/Port/storia_egipto.shtml">http://www.midisegni.it/Port/storia_egipto.shtml</a><br />
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Ao falar sobre os escribas, pode-se ressaltar que desempenhavam uma função de destaque na sociedade egípcia. Nos dias de hoje quase todo mundo sabe ler e escrever, mas naquela época não era bem assim. Ainda mais porque a escrita egípcia era bem complicada. <br />
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Não existia apenas um tipo de escrita no Egito, mas aquela usada em escritos oficiais era a hieroglífica. <br />
Trata-se de uma escrita baseada em sinais que representam idéias e sons. Por exemplo, o desenho de uma coruja representa o animal coruja, mas também o som da letra “m”.<br />
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A atividade foi elaborada pela professora Ana Paula Sampaio Caldeira e já foi aplicada por mim em sala com sucesso. <br />
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Pode-se propor um desafio aos alunos: escrever uma ou duas frases utilizando-se a escrita hieroglífica, decifrada abaixo: <br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2s4l3Q041IqJGz7eiyHmTm1Aaq0tpRXFporeGmPfY85CzIKcj4imWJhkHMb4KJ8G-QCufXAiP10QTrMpxAkx4yUu-15g3Bt2SphojM8HfllT9oKsgvp0gQLrRmneCm96v-xHCE0vNWls/s1600/Escrita+hierogl%25C3%25ADfica.png"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2s4l3Q041IqJGz7eiyHmTm1Aaq0tpRXFporeGmPfY85CzIKcj4imWJhkHMb4KJ8G-QCufXAiP10QTrMpxAkx4yUu-15g3Bt2SphojM8HfllT9oKsgvp0gQLrRmneCm96v-xHCE0vNWls/s320/Escrita+hierogl%25C3%25ADfica.png" /></a><br />
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Fonte: <a href="http://www.museu.gulbenkian.pt/serv_edu/navegar_no_antigo_egipto/egipto.html">http://www.museu.gulbenkian.pt/serv_edu/navegar_no_antigo_egipto/egipto.html</a><br />
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Pode-se explicar também que essa complicada escrita foi decifrada a partir do egiptólogo francês <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Fran%C3%A7ois_Champollion">Jean-François Champollion</a>, que decifrou a chamada <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedra_de_Roseta">pedra da Roseta</a>. <br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUW3TPyTyuS59C7JHu2QHg9WCwQYIUSUGvxsz_lk-jNi475fMJNqOv0JL78siPig_8txtZCXO_ExHRYuuGdzaH6xq0gWvbmFOHllYc7oDOehG3o9vcig4oqF5Qag_sPahXs50nGG3IhHA/s1600/512px-Rosetta_Stone.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUW3TPyTyuS59C7JHu2QHg9WCwQYIUSUGvxsz_lk-jNi475fMJNqOv0JL78siPig_8txtZCXO_ExHRYuuGdzaH6xq0gWvbmFOHllYc7oDOehG3o9vcig4oqF5Qag_sPahXs50nGG3IhHA/s320/512px-Rosetta_Stone.jpg" /></a></div><br />
The Rosetta Stone in the British Museum.<br />
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No mural da sala, juntamente com a pirâmide podem ser afixados os escritos hieroglíficos da turma.Nayara Galenohttp://www.blogger.com/profile/10866372679084819098noreply@blogger.com1